Por Ricardo Antunes — A saída do general da reserva Gonçalves Dias do cargo de ministro do Gabinete de Segurança Institucional do Palácio do Planalto tem duas consequências políticas principais, ambas ruins para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), afirma o analista político, Paulo Silva Pontes.
1) Atraso em votações no Congresso – com o clima entornando e a oposição ocupando o proscênio no Legislativo, devem ser alargados os prazos de tramitação de projetos de interesse do Planalto. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), prometeu votar o novo marco fiscal até 10 de maio. Possivelmente, esse prazo virou apenas um desejo difícil de ser atendido.
Essa é uma péssima notícia para Lula e para seus aliados, pois quanto mais o tempo passa, mais difícil fica para aprovar projetos delicados como o do marco fiscal e o da reforma tributária.
2) investigação sobre o 8 de Janeiro – o clima muda no Congresso e fica praticamente inevitável a instalação de uma CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito), com deputados e senadores, para analisar tudo o que se passou no início do ano, quando foram depredados os prédios dos Três Poderes, em Brasília.
A oposição vai se esforçar a partir de agora para demonstrar a incompetência de gestores da segurança pública federal, como o Gabinete de Segurança Institucional do Palácio do Planalto e o Ministério da Justiça. Todos serão expostos em rede nacional de rede nacional de TV em longos depoimentos.
INVESTIGAÇÃO
A Polícia Federal vai intimar o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), o general da reserva Gonçalves Dias, a depor sobre os ataques de 8 de janeiro. Nesta quarta-feira, ele pediu demissão do cargo, após gravações mostrarem ele andando entre os invasores no dia 8 de janeiro.

“VINGANÇA”
A demissão de Gonçalves Dias do GSI não enfraqueceu o desejo de bolsonaristas de ver o agora ex-ministro de Lula preso. A mobilização continua e, em algumas horas, o pedido de prisão será protocolado na Procuradoria-Geral da República.
ABRIL VERMELHO
O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) voltou a ser alvo de críticas do governo, após um grupo de 600 famílias invadir uma área de preservação ambiental controlada pela Embrapa em Petrolina (PE). As declarações em repúdio à ação dos sem-terra marcam uma mudança na postura que o governo vinha adotando com o movimento, um dos principais entraves na relação do governo Lula com o setor do agronegócio.
CEDEU
No entanto, diante das mobilizações dos sem-terra, o governo cedeu à pressão e trocou a chefia do Incra em sete estados nos últimos dias. Três chefes regionais do instituto foram substituídos em Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul, sendo que parte das trocas colocou aliados do MST nos postos-chave.

MAIS UMA
E por falar em CPI o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), decidiu instalar uma que vai investigar a manipulação de resultados de jogos de futebol no Brasil por conta de apostas esportivas.
AVISO
A decisão foi comunicada por Lira aos líderes partidários da Casa nessa terça-feira (18/4). A expectativa é de que ele leia o requerimento de instalação da comissão nos próximos dias.
EM LONDRES
O Lide Brazil Conference reunirá, em Londres, ministros brasileiros e britânico para debates sobre oportunidades do Brasil no Reino Unido e na União Europeia. O evento ocorre nesta quinta (20/4) e na sexta-feira (21/4). O presidente do LIDE/PE, Drayton Nejaim levou comitiva de empresários pernambucanos.

PIONEIRISMO
Em agenda no Agreste do Estado nesta quarta-feira (20), a governadora Raquel Lyra inaugurou o sistema pioneiro de armazenamento de energia em baterias implantado na Estação de Tratamento (ETA) de Água Petrópolis. Ele será acionado quando houver problemas de interrupção no fornecimento de energia pela Neoenergia Pernambuco e nos horários de ponta, nos quais a energia é mais cara.
VANTAGEM
A partir do novo sistema, a Compesa conseguirá melhorar os serviços prestados à população, evitando o desabastecimento de água e reduzindo custos com manutenções indesejáveis e não programadas.
CINEMA
O documentário “Morcego negro”, sobre o tesoureiro do ex-presidente Fernando Collor, PC Farias, concorre ao prêmio do júri na 28ª edição do É Tudo Verdade, festival que acontece no Rio de Janeiro e em São Paulo desde o dia 13 até 23 de abril.
SINOPSE
Com direção de Chaim Litewski e Cleisson Vidal, o longa fala sobre a vida e a morte de PC Farias, que esteve diretamente envolvido com o processo de impeachment de Collor.
FOTO DO DIA










