Da Redação – Após o lançamento do “Juntos pela Segurança”, política desenvolvida pelo governo Raquel Lyra (PSDB), surgiram as inevitáveis comparações com o “Pacto pela Vida”, adotado por pelas gestões do PSB de Eduardo Campos e Paulo Câmara. Nesta quarta (2), em entrevista ao NE1 da Globo, a secretária de Defesa Social, delegada federal Carla Patrícia Cunha, defendeu o projeto da atual administração estadual e fez questão de lembrar que a violência não foi resolvida em 16 anos das administrações anteriores do PSB. Ela se referia aos oito anos de governo de Eduardo Campos e mais oito de Paulo Câmara e da chamada “herança maldita” como o Palácio chama o período dos “socialistas” no poder.
“Nossa política de segurança é inovadora. A política é mais profunda do que um programa. Até porque programa a gente já teve. Durante 16 anos, aquele índice e aquela meta nunca foram atingidos. Vamos focar nas causas e não nas consequências da violência”, declarou.
A gestora da SDS se referiu a uma meta de redução de 12% dos índices de assassinatos proposta durante toda a vigência do “Pacto pela Vida”, a partir de 2007. Essa taxa foi atingida apenas em 2009, com 12%, e em 2010, com14%, segundo dados do governo do PSB.
Também na entrevista, Carla Patrícia abordou críticas sobre a suposta transparência de dados de violência e fez comparação com os governos do PSB. Ao responder a um questionamento do Instituto Fogo Cruzado, a secretária afirmou que a gestão de Raquel Lyra determinou o reforço na divulgação de estatísticas de crimes pela internet.
O Fogo Cruzado disse que, desde 2017, houve redução de informações sobre a criminalidade, o que provocou impacto nas ações de combate e prevenção. “Nossa primeira medida foi na SDS foi determinar que os dados fossem minunciados. Hoje, temos dados de confronto e de outros crimes que não eram divulgados. Todas as secretarias e municípios têm acesso aos nossos dados de violência, online”, disse.
A titular da SDS também falou sobre a queixa de que o programa teria demorado a ser lançado. Ela afirmou que a governadora optou pela espera até “assegurar todos os recursos para o investimento”. Na solenidade de segunda (31), em Olinda, Raquel disse que teria à disposição R$ 1 bilhão.
Carla Patrícia Cunha também falou sobre a dificuldade em reunir organizações da sociedade para discutir a política de combate ao crime. “Este ano, a gente precisou prorrogar o prazo para as organizações participarem da reunião do conselho estadual de segurança. Na primeira reunião, só tinha uma inscrita. Achamos muito pouco e pretendemos contar com oito entidades. Esse diálogo começou desde o início da gestão e está sendo ampliado”, disse.