Por Ricardo Antunes – A governadora Raquel Lyra (PSDB) foi reprovada mais uma vez na questão da escolha do novo secretário de Defesa Social. Depois de praticamente expulsar a competente delegada da Polícia Federal Carla Patrícia, que não era recebida no Palácio desde o lançamento do Plano “Juntos pela Segurança”, em julho desse ano, ela ficou sem alternativa.
Teve que nomear um ex-secretário dos governos de Eduardo Campos (PSB) Paulo Câmara (ex-PSB) para assumir a pasta e tentar reverter a violência que assola os quatro cantos de Pernambuco. O escolhido foi o advogado e delegado da Polícia Federal Alessandro Carvalho, que já foi muito ligado aos “rivais” da própria Raquel.
Dizem nos bastidores que Carvalho nem era a primeira opção para a pasta, mas a governadora ficou sem opção depois de levar “não” de dois outros nomes dentro da PF.
O novo titular foi anunciado apenas por meio de uma nota enviada para a imprensa. Desde ontem, especulou-se que Raquel faria o comunicado antes de viajar para o interior, mas isso não aconteceu.
O novo secretário já atuou em diversas funções na Polícia Federal, em vários estados do Brasil como chefe regional em Foz do Iguaçu, delegado regional executivo na Bahia e no Rio Grande do Norte, entre outras.
Em Pernambuco, Alessandro Carvalho já foi secretário executivo de Defesa Social (2010- 2013), com Eduardo Campos, e Secretário (2014-2016), com Paulo Câmara e João Lyra (pai de Raquel).
Também em Pernambuco, Carvalho atuou na chefia da Delegacia de Repressão a Crimes contra o Patrimônio e Tráfico de Armas da Polícia Federal. Quando saiu do governo de Paulo Câmara virou assessor especial.
Momento complicado
Carvalho chega ao governo de Raquel no momento mais delicado da gestão em oito meses. Carla Patrícia engrossou a lista se secretários que foram demitidos ou pediram para sair. Entre eles, estão nomes de peso, como Evandro Avelar, que alegou dificuldade em tocar os projetos na área de mobilidade.
A violência está em alta e o “Juntos pela Segurança, programa do governo Raquel, não decolou ainda, um mês após o lançamento.
Além disso,, é preciso saber como fica o programa de combate a violência. Carla Patrícia tinha criticado o PSB, por causa do desempenho do “Pacto pela Vida”, que foi adotado na gestão de Carvalho.
Quando saiu da SDS, Carvalho enfrentava a alta da violência. Até o fim de setembro de 2016, houve 3.127 homicídios no estado. O que dá uma média de aproximadamente 320 homicídios por mês.
O OUTRO LADO
Através do WhatsApp, o deputado estadual, Sileno Gudes, negou que tenha dito que o “Governo Raquel Lyra é Governo de um mandato só”.
“Não me cabe emitir opinião sobre as escolhas da governadora. A composição da equipe é atribuição exclusiva dela. Como cidadão e deputado desejo ao novo secretário muito êxito em sua missão”, tentou consertar o parlamentar.
O nosso site mantém as informações publicadas. O líder da oposição repete isso quase todo dia, mas o registro está feito. Às 10h50 nosso repórter entrou em contato com ele para confirmar, mas não teve êxito.









