Por Ricardo Antunes — Pesquisa inédita do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) sobre o impacto dos congestionamentos de trânsito no acesso ao emprego coloca o Recife numa posição razoavelmente confortável entre as 20 maiores cidades do país, na 11ª colocação.
Com uma média de automóveis per capita de 24 veículos por grupo de 100 habitantes, é de 11,2% o impacto do trânsito engarrafado na obtenção de emprego na capital pernambucana – isto é, a divisão entre o número de empregos acessíveis durante o horário de pico e os empregos acessíveis no fluxo livre.
Recife fica bem distante do primeiro lugar, que é São Paulo, na qual o impacto é de 40,7%, revela o IPEA. Vem em segundo lugar o Rio de Janeiro, onde a influência do engarrafamento de trânsito no acesso às oportunidades de trabalho é de 35,1% e Brasília ocupa a terceira colocação, com um impacto de 24,6%.
No polo oposto – cidades de pouca influência do movimento do trânsito na obtenção do emprego – estão Goiânia, com um impacto de apenas 0,6%, Campo Grande, com 2,1%, e São Gonçalo, no estado do Rio, com um impacto de 3,2%.
POBRE SOFRE MAIS
Com 43 páginas, a pesquisa Os Impactos Desiguais do Congestionamento Urbano no Acesso a Empregos informa que quem mais sofre no país com as dificuldades de deslocamento para se empregar é a população de baixa renda, principalmente a que vive na periferia.

BEM DE RENDA, MENOS
“Em média, nas 20 cidades analisadas, os congestionamentos reduzem em 23,5% o número de empregos acessíveis pela população de baixa renda, enquanto essa redução é de apenas 5,5% para os mais ricos”, constata o IPEA.
NO CENTRO
Diz o IPEA que enquanto as abordagens tradicionais sobre o trânsito, focadas na mobilidade de veículos, mostram que as vias congestionadas se concentram no centro das cidades, o enfoque desta sua pesquisa – a acessibilidade às oportunidades de emprego – descobriu que as pessoas mais impactadas pelo trânsito engarrafado não são aquelas que moram nas áreas urbanas centrais.
LÁ LONGE
“Isso ocorre porque essas pessoas já possuem alto nível de acessibilidade em viagens relativamente curtas. Ao contrário, a abordagem de acessibilidade revela que as pessoas mais impactadas são as que residem em áreas mais distantes, pois não conseguem acessar o emprego no centro da cidade devido aos engarrafamentos, que tornam o centro impermeável para quem está fora dele”, enfatiza o estudo do IPEA.
PRÓXIMO DO EMPREGO
Afirma ainda: “Nas cidades brasileiras, as terras tendem a ser mais caras quanto mais próximas dos centros de emprego. Com isso, as populações de maior renda tendem a residir mais próximas dessas áreas centrais. E embora essas áreas concentrem a maior parte do sistema viário com maiores índices de lentidão no trânsito devido a engarrafamentos, essa proximidade contribui para que a população de alta renda que reside nessas áreas gaste menos tempo em deslocamento para acessar os empregos e, por isso, seja menos impactada pelos congestionamentos”.

LONGAS DISTÂNCIAS
Conclui a pesquisa: “Entretanto, a população de menor renda tende a viver em áreas periféricas, onde a terra é mais barata, e acaba sendo mais impactada pelos congestionamentos por ter de percorrer longas distâncias e ruas e avenidas com maior engarrafamento para acessar as áreas centrais, onde estão localizados os empregos”.
MEMÓRIA EM RISCO?
Será que Maria Bethânia esqueceu o Hino Nacional, que todo brasileiro acima dos três anos de idade sabe de cor? É o que parece, pois recorreu à leitura ao cantar o Hino, acompanhada apenas do violão, na concorrida posse, ontem, do ministro Luís Roberto Barroso na presidência do STF.
OBRA-PRIMA
Barroso, aliás, escolheu para uma outra intervenção musical de Bethânia na posse uma obra-prima da MPB, mas mesmo assim pouco conhecida, a canção Todo o Sentimento, na homenagem à sua mulher Tereza Cristina, morta em janeiro. A canção, música do pianista e arranjador Cristóvão Bastos e letra soberba de Chico Buarque, foi imortalizada pela diva Elizeth Cardoso em sua última gravação, um registro de show ao vivo em 1989 no Teatro João Caetano, no Rio, com o talentosíssimo violonista Raphael Rabello, falecido em 1995.
ENCONTRO
A governadora Raquel Lyra recebeu, no Palácio do Campo das Princesas, o CEO da Mondelēz Brasil, Liel Miranda, e o presidente da Mondelēz América Latina, Mariano Lozano. Os diretores da companhia anunciaram a expansão da fábrica localizada no município de Vitória de Santo Antão, na Zona da Mata, e a ampliação das linhas de chocolates produzidas em Pernambuco.

EXPANSÃO
Um novo prédio começa a ser construído já nesta semana dentro da planta da Mata Sul. A previsão da companhia é aumentar em 50% a capacidade de produção, lançando cinco novas linhas de chocolates nos próximos três anos. A expansão deverá garantir a geração de 500 novos empregos diretos e indiretos.
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