Por Guilherme Tagiaroli da Tilt/UOL – A avenida Paulista, rua da Consolação e a rua Augusta são as vias da cidade de São Paulo com maior incidência de furtos e roubos de celular no primeiro semestre de 2023.
A análise foi feita a pedido de Tilt pela consultoria B4Risk com base nos dados públicos da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo.
Ranking mudou – e bastante. A lista teve alterações entre o primeiro semestre de 2022 e o primeiro semestre de 2023, o que dá uma ideia de migração do crime. Ainda assim, a maioria das vias presentes no top 10 ficam na região central da cidade.
A exceção é a avenida Senador Teotônio Vilela, na zona sul de São Paulo, que se manteve no mesmo 8º lugar do mesmo período do ano passado.
Top 10 vias com mais furto ou roubo na cidade de São Paulo
Avenida Paulista – 2.668 ocorrências – 2,53% do total (mesma posição, mas com 2,76%)
Rua da Consolação – 1.410 – 1,34% (estava em 10º, com 0,80%)
Rua Augusta – 1.365 – 1,29% (estava em 4º com 1,02%)
Avenida Cruzeiro do Sul – 1.361 – 1,29% (estava em2º com 1,19%)
Praça da Luz – 1.340 – 1,27% (estava em 7º com 0,87%)
Avenida do Estado – 1.255 – 1,19% (estava em 3º com 1,15%)
Avenida Brigadeiro Faria Lima – 1.002 – 0,95% (estava em 15º com 0,46%)
Avenida Senador Teotônio Vilela – 977 – 0,93% (mesma posição, mas com 0,84%)
Praça da República – 854 – 0,81% (estava em 6º com 0,90%)
Avenida Mario de Andrade – 705 – 0,67% (estava em 43º com 0,23%)
*1º semestre de 2023 x 1º semestre de 2023.

Furto ou roubo?
Estes métodos são conhecidos por serem crimes de oportunidade, que ocorrem quando um criminoso identifica chances de executarem a ação, seja com pedestres e motoristas. O mais comum é que isso ocorra justamente em locais com grande circulação de pessoas.
Furto ocorre quando há subtração do item sem risco à vida; no roubo, o criminoso usa violência ou grave ameaça para obter algo — geralmente, a vítima é ameaçada com uma arma, um objeto cortante ou até mesmo com a força física.
Os dados
O caso mais impressionante de crescimento de ocorrências foi na avenida Mario de Andrade, que foi de 0,23% para 0,67%.
Localizada nos arredores do metrô e da estação rodoviária da Barra Funda, a região tem ainda o Memorial da América Latina, além de casas de show.
Outros destaques são a avenida Brigadeiro Faria Lima e a Rua da Consolação. Nessas vias, houve crescimento considerável de ocorrências, a ponto de a Faria Lima ir de 15ª para a 7ª posição.
Por que o celular é tão atrativo?
De acordo com Guaracy, do FBSP, as pessoas não costumam andar com tanto dinheiro. Mas boa parte da população tem celular. E com um desses em mãos, os criminosos conseguem faturar rápido vendendo para receptadores.
“No mínimo, paga-se entre R$ 200 e R$ 300 por celular roubado. Posteriormente, o aparelho pode ser hackeado, desmontado para ter as peças usadas em consertos ou simplesmente zerado e enviado para outro país”. Guaracy Mingardi, membro do FBSP
O grande problema, argumenta, é combater a receptação, feita por quadrilhas profissionais. Para isso, precisaria investir em investigação feita pela polícia civil.
Em locais com muito registro de ocorrências, como o centro de São Paulo, as operações até existem, diz ele. Precisaria, porém, de maior investimento em efetivo e inteligência.