Da Redação – Em mais uma tentativa de intimidação contra a imprensa independente, o deputado Federal Felipe Carreras (PSB), que é um dos donos da empresa Festa Cheia, responsável por alguns dos maiores eventos de Pernambuco, deu entrada em um novo processo contra o site do jornalista Ricardo Antunes. Na ação, o deputado acusa o jornalista de calúnia, difamação e injúria, por publicação de matérias na série “A Farra do São João de Caruaru”.
Na época, a série denunciou um esquema ilegal no São João de Caruaru que, segundo o jornalista, movimentou cerca de R$ 25 milhões com a comercialização do camarote privado com preço subcontratado. Para o editor do site, Ricardo Antunes, o processo que corre na 12ª Vara Criminal da Capital, não passa de uma tentativa de intimidação contra o jornalismo investigativo e independente que pratica a partir do seu site de notícias.
“É a sexta vez que esse senhor me processa. Perdeu quatro já e está indo para o Penta. Nosso Site o flagrou fazendo uma negociata com o prefeito de Caruaru ao comprar um espaço enorme no Pátio do Forró e colocar seu camarote que faturou mais de R$ 10 milhões em 20 dias. Nossa denúncia foi acolhida pelo MP e o próprio juiz mandou a Festa Cheia pagar mais R$ 800 mil aos cofres públicos. Ele havia pagado apenas R$ 200 mil, pode isso, gente?”, questionou o jornalista.
Através dos eventos realizados pela Festa Cheia, Felipe Carreras ganha milhões de reais com compadrio e contratos sem licitação. Além disso, recentemente, o deputado inaugurou um restaurante de luxo na capital pernambucana. Mas a fortuna de Carreras também pode estar relacionada a outro esquema ilegal.
Segundo denúncia da revista Veja, em setembro deste ano, o deputado teria pedido R$ 35 milhões em propina para empresas de apostas esportivas. Segundo reportagem, o parlamentar pernambucano, que é relator da CPI da Manipulação do Futebol, teria pedido propina para proteger casas de apostas na comissão.
Antunes lembrou também que a tentativa de intimidação do deputado não é novidade, mas que isso não vai fazê-lo parar com a sua missão de informar a sociedade.
“É um velho truque usado contra jornalistas para que a gente perca tempo e, por óbvio, dinheiro, já que se não for feita a defesa, corremos o risco de se perdermos a ação. Também tem a sutil intimidação, na base da lei do ‘mais forte’ e tipo: ‘tá vendo o que pode acontecer com você?’. Quem nos conhece sabe que nós vamos continuar denunciado os desmandos dos poderosos. É esse jornalismo que sabemos fazer. No mais, fica a velha frase do poeta: ‘Eles são muitos, mas não podem voar’, finalizou.
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