*Por Luiz Henrique Piauhylino Monteiro – A melhor forma de ocultar uma guerra é começar outra”, já dizia Sun Tzu, general estrategista chinês em um de seus livros que compõem a obra “A arte da guerra”. De fato, agora pouco se escuta sobre o conflito armado ainda em andamento entre a Rússia e Ucrânia, após os pesados bombardeios entre Israel e Palestina na Faixa de Gaza. Um conflito secular, de fundamentação religiosa, que também já está deixando de ser manchete nos jornais, após o surgimento da questionável figura de Nicolás Maduro, protagonizando uma ameaça irresponsável e criminal, através de um referendo favorável à Venezuela para anexação do enorme território de Essequibo, na Guiana, à República Bolivariana.
Essequibo, que está sob mediação da ONU desde de 1966, e é considerado território da Guiana. A Venezuela alega que o valioso território lhe foi tomado arbitrariamente desde o Tratado de Paris de 1899. Este é um território rico em minerais e possui nada menos que a americana ExxonMobil, extrativista oficial do petróleo na região.
Politicamente, Nicolás Maduro dá um pontapé na diplomacia do companheiro Lula, deixando assim seu principal aliado político latino-americano (inclusive credor do BNDES) numa posição delicada. Lula apequena sua imagem internacional cada vez mais, principalmente perante os países da América Latina. Ao se colocar em lugar de oposição a Maduro e contra uma possível invasão a Essequibo, Lula entrará em contradição com seu próprio discurso.

Recentemente, o governo colombiano cobrou do presidente brasileiro uma posição em relação à exploração de combustíveis fósseis na Amazônia. O governo chileno, também de esquerda, não perde a oportunidade de questionar Lula a respeito do seu posicionamento em favor da invasão russa à Ucrânia. Toda essa inconformidade será acaso um devaneio desvairado do presidente brasileiro, numa tentativa de obter a todo custo a tão cobiçada honraria do Prêmio Nobel da Paz?
Lembrando que este é uma das principais premiações mundiais, inclusive concedida ao ex-presidente americano Jimmy Carter em 2002, considerado até hoje como nada menos que um dos melhores presidentes americanos. Seria cômico, não fosse triste!
O posicionamento irresponsável de Maduro causa um grande desconforto na América Latina, onde a paz entre as nações impera há décadas. O último conflito armado entre dois países se deu em 1982, quando a Argentina resolveu tomar posse das ilhas Malvinas. A Inglaterra, detentora do território à época, resolveu rapidamente esse conflito em menos de dois meses, inclusive derrubando na sequência o regime militar argentino. Parafraseando o pensador e filósofo grego Sócrates, “sábio é aquele que conhece os limites da sua própria ignorância”. Maduro está longe de ser um sábio! Ao contrário, esse não faz ideia nem do limite de sua sapiência, quiçá de sua ignorância. Só rindo!

A investida de Maduro é perigosa, porque pode atrair para o conflito grandes potências do regime comunista em seu favor, como a China, a enfrentar todo o poderio bélico americano e de seus aliados europeus. Convém lembrar também que toda essa insana peripécia acontece na porta de entrada do Caribe, região igualmente rica na exploração do turismo, tendo mais uma vez os Estados Unidos como um grande explorador do rico setor, com seus enormes navios de cruzeiro despejando diariamente milhares de turistas e seus preciosos dólares em ilhas paradisíacas nas proximidades da ameaçada região.
Os americanos estão presentes legalmente há anos na região de Essequibo, com suas petroleiras explorando legalmente o petróleo e minerais da região. Os Estados Unidos definitivamente não vão permitir que a investida de Maduro se concretize tão facilmente. E, diante da possível ameaça de invasão, o que a nós brasileiros resta a fazer? Fugir? Lembrando as sábias palavras do poeta brasileiro Mário Quintana, “um lugar só é bom quando podemos fugir para outro lugar” e, neste contrassenso entre a guerra e a paz, fica a lacuna: fugir para onde? O mundo já está em guerra, repleto de refugiados por todos os lados.
Esse é o preço que o povo brasileiro tem a pagar por ter como presidente da República um amigo ditador!
*Luiz Henrique Piauhylino Monteiro é Economista, Pós Graduado em Gestão de Empresas e Piloto.