Do Globo – Condenado três vezes por crimes sexuais e agressões a penas que já somam 20 anos e dois meses de prisão em regime fechado, Thiago Brennand decidiu, na semana passada, ampliar sua já destacada banca de advogados. Temendo novos reveses na Justiça — ele também será julgado em breve pelo estupro, cárcere privado e tortura de uma modelo, entre outras acusações —, o empresário contratou, agora, a presidente da Ordem dos Advogados do Brasil em São Paulo (OAB-SP), Patrícia Vanzolini.
Como todas as vítimas que o denunciaram são mulheres, a estratégia foi buscar uma profissional para argumentar a favor do réu. Mal entrou no caso, a advogada já recebeu críticas de colegas por ter sido eleita para presidir o conselho levantando uma bandeira feminista: a de combate a violência de gênero. Para se defender dessa suposta incoerência, Patrícia cita a presunção de inocência de Brennand.
“O standard probatório nos crimes de gênero é um tema sobre o qual venho me debruçando há bastante tempo. Ou seja, como assegurar proteção às mulheres sem abrir mão do princípio basilar da presunção de inocência? Esse princípio se aplica a todo réu, independentemente do crime do qual ele é acusado”, disse a advogada ao GLOBO. “Além do mais, a minha atuação como advogada é privada, não se confunde com o meu mandato como presidente da OAB-SP. E continuarei defendendo a causa feminista”, assegura.
A função de Patrícia na defesa de Brennand será técnica, segundo pontuou a advogada. “Vou garantir que as provas da defesa do acusado sejam acolhidas e consideradas. De modo geral, que essas provas sejam analisadas de forma isenta e minuciosa. Evitar que haja prejulgamentos e que seja garantido e respeitado o devido processo legal”, sustenta a defensora.









