Da Redação do Blog — Em resposta aos frequentes ataques de tubarões na Praia de Boa Viagem, o prefeito João Campos anunciou uma inovadora medida de segurança: uma rede de PVC flexível a ser instalada a 500 metros da costa. A tecnologia, projetada para permitir a livre circulação de peixes e tartarugas, visa proteger os banhistas da ameaça dos tubarões.
Este projeto inovador segue o exemplo de iniciativas semelhantes em praias ao redor do mundo, onde autoridades e especialistas buscam conciliar a preservação do ecossistema marinho com a segurança dos frequentadores das praias.
Na Austrália, um país conhecido por suas águas propensas a encontros com tubarões, barreiras de redes e cercas subaquáticas foram implantadas com com sucesso. Em praias específicas, como Bondi Beach, essas barreiras reduziram significativamente os incidentes, proporcionando um equilíbrio entre a conservação marinha e a segurança dos banhistas.

No entanto, a manutenção contínua é crucial para garantir sua eficácia. Com o passar do tempo o equipamento vai ficando se desgastando, retorcido ou rompido. Um relatório das autoridades australianas em 2015, descobriu que o mecanismo estava apenas passando uma falsa sensação de segurança aos banhistas, já que possuia buracos tão grandes, que não impediriam o animal de passar.
Na África do Sul, experiências com redes anti-tubarões também tiveram resultados mistos. Algumas regiões registraram sucesso na redução dos ataques, enquanto outras enfrentaram desafios operacionais e impactos ambientais. A eficácia dessas medidas muitas vezes depende das condições específicas de cada local, já que diferenças nas correntes marinhas e nas condições oceânicas ao redor das praias podem afetar a eficácia das redes.
O desafio de equilibrar a proteção contra tubarões sem prejudicar a vida marinha é outro ponto crítico. As redes podem inadvertidamente capturar espécies não alvo, causando impactos negativos nos ecossistemas locais.
A migração sazonal de diversas espécies marinhas também pode interferir na eficácia das barreiras. A movimentação de animais ao longo do ano pode resultar em momentos em que as redes são menos eficazes, aumentando o risco de encontros com tubarões.

Nos Estados Unidos, especialmente na Flórida, onde encontros com tubarões não são incomuns, o uso de tecnologias avançadas, como drones de monitoramento e sistemas de alerta precoce, têm sido implementados em conjunto com medidas físicas, como cercas subaquáticas.
Essas aeronaves não tripuladas oferecem uma visão abrangente e em tempo real da área, permitindo identificar a presença de tubarões e avaliar padrões de comportamento.
Já o sistemas de alerta baseados em sensores, como redes de boias equipadas com sensores acústicos, são utilizados para detectar a presença de tubarões nas proximidades. Esses sistemas emitem alertas imediatos quando ativados, proporcionando um aviso antecipado para os salva-vidas e autoridades locais.

A tecnologia agregada as redes pode ser de suma importância. Aplicativos móveis permitem que os banhistas e surfistas recebam informações em tempo real sobre avistamentos recentes de tubarões. Essas plataformas colaborativas incentivam a conscientização e permitem que as pessoas evitem áreas de maior risco.
O teste inicial da rede em Boa Viagem, programado para coincidir com um campeonato de surfe em novembro, pode até ser aguardado com expectativa. Mas o sucesso dessa iniciativa dependerá de um trabalho contínuo e comprometimento de diversas gestões municipais e cooperação de outras esferas de poder.









