Da Redação do Blog – Quase uma semana depois do anúncio oficial do apoio do MDB à reeleição de João Campos (PSB), deixando a governadora Raquel Lyra a ver navios, o senador Fernando Dueire (MDB-PE) não quis comentar a decisão do partido e nem seu futuro político.
Diante de quatro perguntas do Blog, uma das quais indagava se faria dobradinha com João Campos para o governo do estado na sua recondução ao Senado em 2026, Dueire disse, via assessoria, que como se tratava de posicionamento político do MDB pernambucano, caberia ao seu presidente, Raul Henry, abordar o tema.
Suplente de Jarbas Vasconcelos, Dueire estava no Senado desde dezembro de 2022, quando Jarbas se afastou. Portador de Alzheimer, Jarbas renunciou ao Senado em setembro de 2023. Com isso, o suplente Dueire, economista, ex-superintendente da CBTU, ex-secretário de Infraestrutura, passou a titular do cargo sem nunca ter tido mandato legislativo. Se for escolhido para recondução, terá de fazer dobradinha com o adversário da reeleição de Raquel Lyra.
O principal opositor da tucana em 2026 será possivelmente Campos, que renunciaria ao segundo mandato na Prefeitura do Recife, se reeleito, para tentar o executivo estadual, seguindo os passos do pai, Eduardo Campos. A morte trágica dele na campanha presidencial, num acidente de avião em agosto de 2014, ampliou para 16 anos, pela comoção que causou, o reinado do PSB no governo do estado, quebrado pela eleição de Raquel em 2022.

Mesmo com duas vagas para o Senado em 2026, Dueire terá concorrência duríssima para formar a provável chapa com João Campos: Marília Arraes, que se cacifa ao oficializar nesta terça-feira seu apoio ao primo, após longas e duríssimas desavenças; Miguel Coelho, ex-prefeito de Petrolina, e o ministro dos Portos e Aeroportos, Sílvio Costa Filho.
O MDB apoiou a tucana no segundo turno e ensaiava uma adesão ao governo até mês passado, com a possível entrega de uma secretaria ao deputado estadual Jarbas Filho. Nunca confirmados, havia comentários de bastidores segundo os quais Dueire seria um dos articuladores dessa aproximação.
De acordo com estes bastidores, a articulação de Dueire incluiria sua recondução ao Senado na chapa de Raquel, na qual, como se viu, a concorrência seria bem menos acirrada do que na dobradinha com João Campos.
Existindo ou não, o namoro se desfez no último dia 26, quando o MDB oficializou o apoio à reeleição de Campos. Numa nota curta, de apenas dois parágrafos, Raul Henry justificou a adesão ao prefeito do Recife por “uma aliança política e programática com o PSB construída por Jarbas Vasconcelos e Eduardo Campos, desde as eleições municipais de 2012.”
Raquel Lyra não só perde tempo precioso de propaganda eleitoral em 2026 e o apoio de um partido histórico em Pernambuco, como terá acrescentado mais um incômodo adversário na sua caminhada à reeleição.









