Por André Beltrão — Uma nova denúncia corre na Polícia Civil contra a Clínica Hospitalar Reluzir, em Camaragibe, no Grande Recife, onde um segurança foi indiciado por estupro de uma paciente. No Boletim de Ocorrência registrado no dia 7 deste mês, outra paciente relata as más condições durante o tratamento psicológico. Nosso blog teve acesso ao documento com exclusividade.
Além de condições precárias de higiene e alimentação, a ex-paciente relata ter sido maltratada, dopada e contraído infecção urinária devido ao excesso de medicações e à insalubridade.
“Quando estava lá, só tinha uma psicóloga para toda a clínica e um psiquiatra que vinha, às vezes, uma vez por semana, para uma consulta que nunca durou mais de 15 minutos”, disse a ex-paciente. Ela também mencionou que havia apenas uma enfermeira e uma técnica para atender cerca de 40 internos.
A vítima foi voluntariamente para tratamento psicológico devido a crises de pânico e transtorno de personalidade borderline, mas ficou apenas um mês no local. No B.O., ela também relata o deboche de seguranças e conselheiros terapêuticos, que a chamavam de “suicida”.
“Comecei a perceber que estava sofrendo abusos morais”, disse a ex-paciente. “Um conselheiro até disse que tinha pena dos meus filhos, pois eles iriam ficar órfãos de mãe quando ela saísse de lá, numa clara ameaça de morte.”
Ela relatou que um segurança tentou invadir seu quarto a assediava o tempo todo. “Denunciei a outros funcionários, mas não fui acolhida. Até que a história chegou ao dono, que desligou o funcionário, dizendo que ele responderia criminalmente”, finalizou a vítima.
Após sair da clínica, a ex-paciente teve que passar por tratamento intenso devido à desidratação e infecção urinária. A investigação policial desta nova denúncia ficará a cargo da Delegacia de Polícia de Camaragibe.
O OUTRO LADO
Estamos em contato com a clínica que de antemão afirma serem mentiras as afirmações da ex-paciente e que ela sofre de problemas psicológicos graves.








