EXCLUSIVO, por André Beltrão – Apesar de detido desde 1º de agosto no Centro de Reeducação da Polícia Militar, em Abreu e Lima, no Grande Recife, o PM João Gabriel Tenório Ferreira, de 26 anos, acusado de matar a tiros sua ex-namorada Maria Clara Adolfo de Souza, técnica de enfermagem de 21 anos, grávida de quase quatro meses, continua ameaçando a família da vítima.
Em mensagem ao Blog, Simone Kelly, mãe de Maria Clara, relatou que comparsas do PM feminicida fazem postagens intimidadoras no Instagram, que é depois removido. “Simone mãe. Estamos tão perto que vcs não imagina” (sic), afirma uma postagem. Noutra, escreveram: “Avisa Simone que iremos xega”(sic). Uma terceira postagem adverte: “‘A próxima e (sic) Simone”.
“Estamos com medo de ele mandar fazer algo com a gente”, disse Simone ao Blog. Temendo represálias, ela e o marido fugiram de Pernambuco.

O crime, que chocou o Recife e foi repudiado pela governadora Raquel Lyra, ocorreu na noite de 24 de julho, na Rua Belo Jardim, no bairro de Socorro, em Jaboatão dos Guararapes. Segundo testemunho de Simone Kelly, Maria Clara recebeu em casa uma mensagem do ex-namorado pedindo para ela ir lá fora receber uma quantia em dinheiro. Na rua, a técnica de enfermagem foi alvejada com 11 tiros de pistola 9mm, arma de grosso calibre.
Os familiares viram dois suspeitos fugindo numa motocicleta. A mãe da técnica de enfermagem diz que o motivo do crime teria sido a recusa de Maria Clara, grávida de quase quatro meses, de abortar o filho que seria do PM João Gabriel Tenório Ferreira, com quem se relacionara por três anos.
O policial militar foi preso e recolhido ao Centro de Reeducação da PM. Outro suspeito do assassinato, Robson Damião do Nascimento, de 26 anos, também foi detido e está trancafiado no Cotel.