O governo brasileiro deveria seguir os melhores exemplos no mundo e fechar fronteiras, restringindo ainda voos internacionais e a circulação de pessoas, principalmente onde a crise do novo coronavírus é mais grave, defendeu nesta terça (17) o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
Maia fez as declarações após deixar uma reunião de líderes partidários para discutir como a Câmara vai implantar o sistema de votação remota para manter o Congresso funcionando em meio à crise provocada pela doença.
“Se fosse a minha opinião pessoal, pelo que eu vejo dos melhores exemplos no resto do mundo, acho que já deveria ter fechado as fronteiras, acho que já deveria ter restringido os voos internacionais e já deveria ter criado um plano de contingencia no Rio [de Janeiro] e em São Paulo para que a circulação ficasse restrita àqueles que, de fato, precisem garantir o abastecimento de alimentos e outras questões que são urgentes”, afirmou o presidente da Câmara.
Ele ainda criticou o governo, afirmando que o temor de um impacto econômico causado pelo novo coronavírus não pode provocar o risco de ter um problema maior na saúde pública.
“A economia será afetada de qualquer jeito. Você achar que manter a circulação para que a economia continue funcionando vai garantir algum crescimento, do meu ponto de vista está errado”, disse. “Na hora que os problemas começarem a aumentar, as pessoas naturalmente vão ficar em casa”.
Ele lembrou também que é preciso incluir medidas para a população carente. No Rio e em São Paulo, que concentram o maior número de casos da doença, é comum famílias grandes morarem em barracos nas comunidades pobres. “Você não tem nenhuma condição de isolar as pessoas”.
Assim como fez na divulgação do crescimento pífio de 1,1% do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro, Maia voltou a defender a ampliação de gastos públicos para conter a crise do coronavírus. “Acho que é inevitável que a redução do dano na economia seja garantida pelo estado brasileiro. Não há outra saída, principalmente porque arrecadação federal vai cair, dos estados vai cair, dos municípios deve cair”.







