Da Folha de S. Paulo — Eleitores voltarão às urnas no próximo domingo (27) para definir o segundo e último capítulo das eleições municipais de 2024 com um roteiro bem similar ao do primeiro. Apesar de PL e PT terem o maior número de candidatos nas 51 cidades com campanha em andamento, o favoritismo maior está à direita.
Os municípios que terão segundo turno para a definição do próximo prefeito somam 22% do eleitorado nacional e englobam 15 das 26 capitais estaduais.
O PL de Jair Bolsonaro e de Valdemar Costa Neto é o campeão de nomes em disputa por essas grandes cidades, 23. O longínquo segundo lugar é do PT de Lula, com 13.
O resultado do primeiro turno e as pesquisas e projeções do segundo apontam, porém, que apesar de o PT ainda figurar nesta segunda fase como um dos principais concorrentes, a preponderância nessa eleição é da direita e da centro-direita.

Um resumo do primeiro turno pode ser dividido entre o mapa geral das mais de 5.500 prefeituras do país e, depois, o cenário nas 103 maiores cidades, aquelas que reúnem quase 40% do eleitorado nacional.
Na disputa geral, o PSD levou a melhor, com 878 prefeituras, desbancando por pouco o reinado que o MDB (847 prefeitos eleitos) exercia eleição após eleição nos grotões. Em seguida vieram PP (743), União Brasil (578), PL (510) e Republicanos (430). O PT ficou na nona posição, com 248 eleitos, recuperando-se levemente dos tombos verificados nas disputas de 2016 e 2020.
Nos grandes centros urbanos, que é onde os partidos têm seus principais quadros e investem seus maiores recursos, o PL foi vencedor do primeiro turno. Elegeu dez prefeitos e manteve outros 23 candidatos na disputa.
A seguir, vieram os mesmos cinco do painel geral, com algumas mudanças de posição: União Brasil (8), PP (7), PSD (6), MDB (5) e Republicanos (4). O PT ficou em décimo, com 4 eleitos.

À exceção do PT e de parte do oposicionista e bolsonarista PL, o conjunto desses partidos se destaca, na maior parte, pela ausência de diretrizes ideológicas coesas e por um forte componente fisiológico, com foco em emendas parlamentares e cargos, contemplando em seus quadros o chamado “centrão”.
Tirando o PL, todos os cinco ocupam ministérios no governo Lula, além, obviamente, do PT.
Das 13 cidades em que o partido de Lula disputa o segundo turno, algumas derrotas são dadas como muito prováveis, como a da candidata Maria do Rosário em Porto Alegre.
O principal nome defendido pelo PT nessa eleição nem da sigla é e também enfrenta um cenário dificílimo: Guilherme Boulos (PSOL), candidato de Lula em São Paulo, aparece 18 pontos percentuais atrás de Ricardo Nunes (MDB) na mais recente pesquisa do Datafolha.
As principais apostas para tentar minimizar o péssimo resultado são Fortaleza, Natal, Cuiabá e Mauá.









