Por Luiz Roberto Marinho – Conduzidas pelo delegado José Alexandre Amorim da Silva, titular da Delegacia de Boa Viagem, na Zona Sul do Recife , as investigações sobre o atentado ao jornalista Ricardo Antunes, no dia 13 último, estão bem adiantadas.
A informação é do criminalista Paulo Sales, um dos advogados do jornalista que, no entanto, não quis dar detalhes, para não prejudicar as investigações. Ele diz que não existem mais dúvidas de que houve um mandante para a emboscada de que foi vítima o jornalista ao sair da barbearia Trois, em Boa Viagem, zona sul do Recife.
“A autoria e a materialidade da agressão estão comprovadas e trata-se de crime de mando”, declarou Paulo Sales. Ele é criminalista há 26 anos, professor de Direito e embaixador cultural da paz da Academia Mundial de Letras da Humanidade.
O atentado foi filmado por mais de um ângulo e suspeita-se que ao menos um dos ângulos foi gravado e enviado por comparsas a quem encomendou o crime. O agressor, foi sujeito alto, forte de mais ou menos 30 anos. Tudo indica que ele usou uma soqueira para desfigurar o rosto do jornalista, um dos mais respeitados do país, por seu trabalho de jornalismo investigativo.

O delegado José Alexandre não comenta o caso, mas já sabe que a agressão foi gravada de dentro de um automóvel com ao menos duas pessoas – o motorista, para ajudar o agressor a fugir, e alguém encarregado de filmar. “A única coisa que podemos dizer é que a polícia está trabalhando para que esse crime seja solucionado” disse.
As câmeras de segurança das imediações e de vários prédios já estão em poder da Polícia Civil que ainda está fazendo as investigações.
Ricardo Antunes quase ficou cego do olho esquerdo. Levou 30 pontos na região da pálpebra esquerda e foi submetido a cirurgia de duas horas, no Hospital Português, para correção, com placas e pinos, do afundamento da face.
Várias entidades do jornalismo, como a Coalizão em Defesa do Jornalismo, integrada por 11 instituições da imprensa, incluindo a Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo), manifestaram solidariedade ao jornalista e defenderam investigação profunda e rápida do atentado. A Fenaj (Federação Nacional do Jornalismo) e o Sinjope (Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Pernambuco) também se manifestaram sobre a emboscada.