Da Folha de S.Paulo — O dólar fechou em R$ 6 pela primeira vez nesta sexta-feira (29), renovando o recorde histórico de valor nominal pelo terceiro dia consecutivo.
A sessão desta sexta foi de alta volatilidade. A moeda chegou a atingir a cotação de R$ 6,115 na máxima do dia, até virar para queda no início da tarde em reação aos acenos de responsabilidade fiscal dos líderes do Congresso.
Os presidentes do Senado e da Câmara dos Deputados, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) e Arthur Lira (PP-AL), respectivamente, disseram que a proposta da isenção do Imposto de Renda (IR) para quem ganha até R$ 5.000 —anunciada pelo ministro Fernando Haddad (Fazenda) na quarta-feira— não deve avançar em um futuro próximo pelo Congresso Nacional.
As falas apaziguaram parte dos ânimos do mercado, e o dólar atingiu a mínima de R$ 5,955 perto das 13h. O alívio, porém, não se sustentou por muito tempo, e a moeda logo voltou a subir. Encerrou em alta de 0,19%, cotada a R$ 6,001.

Ao longo de novembro, a divisa avançou 3,62%, e, na semana, 3,25%. No acumulado do ano, a valorização é de 23,46%, segundo a plataforma CMA.
A disparada, em curso desde quarta-feira, é em reação às medidas de ajuste fiscal do governo Lula.
Apresentado na quinta-feira, o pacote —que prevê uma economia de R$ 71,9 bilhões em 2025 e 2026— decepcionou o mercado financeiro por excluir medidas de maior impacto fiscal e incluir a elevação para até R$ 5.000 na faixa de isenção de Imposto de Renda, tendo como fonte a taxação de quem ganha acima de R$ 50 mil mensais.