EXCLUSIVO, por Luiz Roberto Marinho – A Operação Chamada Restrita, que desarticulou na terça-feira (3) quadrilha de detentos que extorquiam por telefone, derrubou o secretário-executivo da Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização (SEAP), André de Araújo Albuquerque, segundo mais importante na hierarquia da Secretaria, e o diretor do Presídio de Igarassu, na Região Metropolitana do Recife (RMR), Charles Belarmino de Queiroz Silva.
Ambos foram surpreendidos pelas exonerações, publicadas no Diário Oficial do estado na mesma terça-feira da deflagração da Operação Chamada Restrita. Só souberam que estavam demitidos dos cargos quando chegaram aos seus locais de trabalho.
O secretário da SEAP, Paulo Paes, policial penal de carreira, substituiu André Albuquerque pelo ex-diretor do Presídio de Pesqueira, no Agreste, Kleiber Oliveira Galindo, enquanto Charles Belarmino foi trocado pelo diretor da Penitenciária Agrícola de Itamaracá, na RMR, Carlos Alberto Cordeiro.
Há pelo menos cinco anos Charles Belarmino, também policial penal de carreira, considerado funcionário influente na SEAP, comandava o Presídio de Igarassu. Entre as 23 unidades prisionais de Pernambuco, o presídio é a de maior superlotação, com 447% – isto é, tinha, em dezembro de 2023, segundo auditoria do TCE (Tribunal de Contas do Estado), 5.006 detentos em 1.126 vagas, registrando um déficit de 3.904 vagas.

Os dois caíram por não haverem conseguido coibir esquema de chantagens por telefone dos detentos, alvo da operação da Polícia Civil na terça-feira, que cumpriu dois mandados de prisão e seis de busca e apreensão em Pernambuco e São Paulo.
Um dos presos, Thiago de Santos Lima, detido em São Paulo, comandou o esquema de chantagens por telefone em 2022 do Presídio de Igarassu, do qual foi liberado em 2023. Sua companheira, Raiane da Paz Nascimento, que já tinha sido flagrada levando celular para o Presídio de Igarassu, foi presa na cidade. O casal tem extensa ficha criminal, segundo a polícia.
De acordo com a Polícia Civil, uma quadrilha de presidiários fazia ligações e extorquia dinheiro, usando até pix. Para dar o golpe, os criminosos pegavam informações em redes sociais e ameaçavam as vítimas, afirmando que a pessoa teria envolvimento em “delações” de bandidos nas comunidades e seriam executadas se não pagassem.
Informou a polícia que 15 criminosos estão envolvidos na chantagem. Esposas de presidiários e outras pessoas “alugavam” suas contas bancárias para receber o dinheiro. As vítimas faziam depósitos que variavam entre R$ 200 e R$ 400.
Confira as exonerações:
O Outro Lado
Tentamos entrar em contato com os citados, sem sucesso. O espaço continua aberto para manifestações e a matéria poderá ser atualizada.










