Da Redação do Blog – Caos, desorganização e desrespeito à formação acadêmica e profissional: este é o cenário da Faculdade de Medicina de Olinda (FMO) descrito por seus alunos em carta aberta à população. Com cerca de 1.700 alunos que pagam uma mensalidade em torno de R$ 9.500, a FMO é acusada de superlotação, falhas estruturais e pedagógicas e de cancelamento frequente de aulas sem aviso prévio.
Diz a carta que o grande número de alunos transferidos, especialmente do Paraguai e da Bolívia, não foi acompanhado por melhorias necessárias para garantir a qualidade do ensino. Ressaltam os alunos não serem “meros números em um sistema que visa apenas lucro, mas sim futuros médicos que necessitam de ensino de qualidade para exercer sua profissão com responsabilidade e competência”.
Criada há dez anos, a FMO é dirigida pelo médico Inácio de Barros Melo, de uma família com tradição em entidades de ensino. No seu site, a FMO garante que “foi pensada e idealizada para ser um centro de excelência na área de formação em Medicina, com foco num projeto pedagógico inovador e com um destacado corpo docente, qualificado em suas áreas de conhecimento, formado na sua maioria por mestres e/ou doutores”.

Eis a íntegra da carta dos alunos
“Nós, alunos da Faculdade de Medicina de Olinda, manifestamos, por meio deste documento, nossa profunda insatisfação com a atual administração da instituição. O cenário que enfrentamos é de caos, desorganização e desrespeito com nossa formação acadêmica e profissional.
Atualmente, a faculdade tem recebido um grande número de alunos transferidos, especialmente vindos do exterior, como Bolívia e Paraguai. No entanto, essa ampliação do corpo discente não foi acompanhada por melhorias estruturais e pedagógicas necessárias para garantir a qualidade do ensino. Como resultado, enfrentamos uma superlotação alarmante tanto nas salas de aula quanto nos estágios, tornando o aprendizado impraticável e comprometendo nossa formação.
A desorganização administrativa é evidente. Relatos frequentes apontam para a exclusão indevida de nomes das atas acadêmicas, a demissão em massa de funcionários essenciais para o funcionamento da instituição e a sobrecarga dos ambulatórios. Além disso, a rotina de estudos tem sido severamente afetada pelo cancelamento recorrente de aulas sem aviso prévio. Casos absurdos, como o de uma professora impedida de continuar sua aula sem justificativa da direção, demonstram a falta de respeito com alunos e docentes.
Ressaltamos que não estamos solicitando privilégios, mas sim condições mínimas e dignas para nossa formação. Queremos respeito! Não somos meros números em um sistema que visa apenas lucro, mas sim futuros médicos que necessitam de ensino de qualidade para exercer sua profissão com responsabilidade e competência.
Diante desse cenário, exigimos providências imediatas e total transparência da administração da faculdade. Nossa formação está em risco, e não aceitaremos que a educação médica seja tratada com tamanho descaso”.
O OUTRO LADO
Fizemos contato com a direção da FMO e até agora não obtivemos retorno. O espaço está aberto a manifestações e a reportagem pode ser atualizada a qualquer momento.









