Do Metrópoles – A Polícia Federal (PF) afirma que uma empresa ligada ao empresário José Marcos de Moura, conhecido como Rei do Lixo na Bahia, investigada na Operação Overclean realizou ao menos R$ 861 milhões em transações classificadas como suspeitas entre 2014 e 2025.
Os números são relacionados a movimentações de créditos e débitos nas contas das empresas da MM Consultoria e Construções. Procurada, a defesa e a assessoria do empresário não se manifestaram.
A informação consta na representação da PF que resultou na 3ª fase da operação cujo alvo é um grupo suspeito de desvios em contratos milionários bancados em parte com dinheiro de emendas parlamentares. Os números estão no capítulo da representação sobre o “expressivo volume de transações financeiras do investigado José Marcos Moura”.
“José Marcos Moura movimentou R$ 80.243.234,45 em operações classificadas como suspeitas, sendo beneficiário direto de recursos desviados. Grande parte desses valores teve origem na MM Consultoria Construções e Serviços LTDA, que sozinha acumulou R$ 861.412.612,79 em transações atípicas”, diz a PF.

De acordo com a PF, as informações sobre as transações suspeitas foram enviadas pelo Conselho de Controle de Atividades Financeira (Coaf).
O Coaf, diz a PF, enviou relatórios de inteligência financeira que mostram movimentação no período de R$ 12,6 bilhões, entre créditos e débitos, em contas de empresas ligadas ao Rei do Lixo.
“O esquema investigado envolve a movimentação de mais de R$ 12 bilhões, dos quais R$ 999.987.991,01 foram classificados como suspeitos, com indícios de possível lavagem de dinheiro”, diz a PF.
Para os investigadores, o volume transacionado nos últimos 10 anos pelos investigados aponta para “a gravidade do crime, aliada ao potencial impacto sobre os cofres públicos” e “reforça a necessidade de medidas cautelares rigorosas”.