Da Redação do Blog – Faltam um ano e meio para as próximas eleições e o cenário político pode mudar em Pernambuco até lá, mas é praticamente certo que, apesar de pessoalmente distantes, o senador Humberto Costa (PT) e o prefeito João Campos (PSB) deverão estar juntos na mesma chapa em 2026, preveem observadores da política local. Por um só motivo: é a única saída para Campos ter garantido no seu palanque o presidente Lula, candidato à reeleição, e assim buscar os essenciais votos do interior para tentar vencer Raquel Lyra (PSD).
Segundo estas fontes, está no DNA dos Campos, como fizeram o ex-governador Eduardo e o filho, ter os votos do PT sem retribuir a divisão do poder com os petistas. A chapa ideal de João Campos teria o ex-prefeito de Petrolina Miguel Coelho (União Brasil) e a prima Marília Arraes (Solidariedade) nas duas vagas ao Senado: são jovens como ele e haveria a presença feminina sinalizando compromisso com a paridade de gênero.
Afirmam observadores que o prefeito do Recife, contudo, precisa do PT para tentar superar a reeleição de Raquel. Dizem eles que poderia ter pavimentado meio caminho nessa direção se tivesse escolhido um vice do PT na sua reeleição, obtida com esmagadores 76% dos votos. O DNA dos Campos de não dividir o poder fez João, porém, colocar na vice o amigo de adolescência Victor Marques, assessor de fidelidade canina desde os tempos em que começou a treinar para a política, como chefe de gabinete do governador Paulo Câmara.
Humberto e João são distantes desde as críticas pesadas que fez ao PT na primeira campanha para a Prefeitura, contra a prima Marília, que teve baixarias aos montes. O distanciamento aumentou quando, mais uma vez, nas eleições do ano passado, o prefeito descartou um petista para sua vice. Humberto praticamente não subiu no palanque da reeleição do prefeito. Quando quer favores do governo federal em Brasília, o prefeito se conecta direto ao Palácio do Planalto e aos ministérios, ignorando o senador.
Apesar do derretimento da popularidade do governo Lula nas pesquisas, o presidente continua forte em Pernambuco, especialmente no interior. João Campos vai precisar dele no seu palanque e somente por isso deverá abrir uma vaga ao Senado à recondução de Humberto Costa. Preveem ainda os observadores da cena política pernambucana que um cenário possível para sua chapa incluiria Miguel Coelho como vice-governador, devido à forte influência remanescente do clã na abrangência de Petrolina, no sertão.