Por Ricardo Antunes – A propagada federação entre União Brasil e PP explicitou duas verdades sobre a imprensa política: que ninguém sabe fazer contas e também não checam a informação de maneira correta. Os caciques locais, Eduardo da Fonte (PP) e Miguel Coelho (União Brasil) disseram que farão 10 deputados federais. E todo mundo publicou sem nem checar.
Numa conta básica de padaria, com base nos dados de 2022, para eleger 10 federais seriam necessários pelo menos 1,8 milhão de votos. Como cada partido ou federação só pode lançar chapa com o número de cadeiras mais um, significa que só podem ser 25 candidatos (Pernambuco deverá perder uma vaga de federal no ano que vem). Ou seja, seria necessário reunir 25 postulantes com uma média de 72 mil votos cada, para que os dez mais votados sejam eleitos. E fica a pergunta inocente: que político com 72 mil votos toparia isso?
Lembremos que a última grande bancada federal de um partido em Pernambuco foi a do PSB, em 2014, quando foram oito eleitos pela sigla com destino a Brasília. No entanto, pesou a comoção pela morte do ex-governador Eduardo Campos, que proporcionou com que o governador eleito Paulo Câmara tivesse quase 70% dos votos.

E mesmo assim, na proporcional, o PSB ficou com um terço das vagas. E com o detalhe que PP e União Brasil não terão candidatos ao governo, o que é uma vitrine maior. Ambos desejam uma das vagas ao Senado, que não tem o mesmo poder de espelhar para as candidaturas proporcionais.
Dizem os mais experientes que papel cabe tudo, então que dirá um texto na internet, sem limite de linhas e caracteres? Agora, é preciso respeitar o leitor, que quer acompanhar o debate político com um mínimo de análise crítica e realidade. Não se pode propagar uma mentira impossível dessas.