Da Redação do Blog com G1PE – O delegado Luiz Alberto Braga, acusado de dar dois tiros na perna do morador de Fernando de Noronha chamado Emanuel, num pagode no Forte da Vila dos Remédios, na noite de domingo (4), por ciúmes da namorada, agrediu um advogado em maio de 2024, quando comandava a Delegacia de Roubos e Furtos de Cargas, no bairro de Afogados, na Zona Oeste.
A denúncia, do advogado Diego Ugietti, foi divulgada pelo site G1pe. O caso, segundo o advogado, aconteceu no dia 8 de maio do ano passado. Ele afirmou que, com o apoio da Ordem dos Advogados do Brasil em Pernambuco (OAB-PE), prestou queixa contra o delegado e denunciou a ocorrência à Corregedoria da Polícia Civil.
Nesta sexta (05.05.24), a OAB-PE realizou um ato de desagravo ao advogado Diego Ugietti — para “restabelecer a dignidade” do profissional, que teve as prerrogativas da profissão violadas, de acordo com a entidade.
Ugietti relatou ao g1 que foi chamado pela esposa de um suspeito que havia sido preso por roubo de carga para defender o marido dela e se dirigiu à delegacia para tomar ciência do caso.
“Cheguei e fui atendido pelo comissário. Estava aguardando para falar com o delegado quando ele chegou e disse que queria ouvir a esposa do cliente. Pedi para que ele esclarecesse se era como testemunha, se seria um interrogatório, perguntei em que condições ele iria ouvi-la, e disse que seria preciso registrar que ela tinha o direito de permanecer em silêncio”, afirmou Diego Ugietti.

Segundo o advogado, depois desse momento, o delegado disse que, se a mulher não falasse, seria presa.
“Depois de ele dizer que prenderia a esposa do suspeito se ela não falasse, eu protestei contra a situação e disse que estava acontecendo uma conduta abusiva. Foi quando o delegado Luiz Alberto Braga bateu na mesa, me agrediu verbalmente e disse que, se eu não ficasse calado, iria me retirar da sala. Eu protestei de novo. Foi então que ele levantou, me deu um tapa no peito, me puxou pela beca, me enxotou da sala e continuou ouvindo a mulher sozinho”, contou Ugietti.
De acordo com ele, a mulher contou que o delegado a ameaçou e queria que ela dissesse a senha do celular do marido. Após deixar a Delegacia de Roubos de Cargas, Diego Ugietti pediu o apoio da OAB e registrou queixa na Delegacia de Plantões e na Corregedoria da Polícia Civil.
“Essa não é uma conduta comum dos delegados de Pernambuco. Sempre fui bem tratado e sei que essa é uma exceção. Depois de me expulsar da sala, ele continuou a oitiva sem a presença do advogado. Essa conduta de convocar parentes informalmente, de amedrontar os familiares para conseguir informações, é uma prática abusiva. Não esperava que acontecesse na presença de um advogado. Fiquei assustado. Ele colocou a mão na cintura, colocou a mão no coldre [estojo para revólver]”, contou Diego Ugietti.









