Por Luiz Roberto Marinho – Uma parte dos sócios-proprietários do tradicional Clube Português do Recife promete fazer barulho na Assembleia Geral Extraordinária do próximo dia 3 de junho, convocada para votar a construção no clube de um grande empreendimento comercial pela CM Engenharia.
Um pouco antes, nesta quinta-feira (29), uma outra Assembleia Geral discute alterações no estatuto para permitir a votação do projeto. Como as duas convocações tratam do patrimônio do clube, só votarão os sócios-proprietários em dia com as contribuições.
Denunciam alguns destes sócios que o projeto, que a CM diz ter sido aprovado pela Prefeitura do Recife, não foi submetido ao Conselho Diretor. O empreendimento, afirmam eles, irá realocar as dependências sociais e desfigurar totalmente o clube, declarado Patrimônio Cultural Imaterial do Recife pela Câmara Municipal em novembro passado.
A programação da Assembleia Geral de 9 de junho prevê a apresentação detalhada do projeto pelos dirigentes da CM Engenharia, dona dos Shoppings Boa Vista e Patteo, em Olinda, e posterior votação para aprovação ou rejeição pelos sócios-proprietários.

A grande maioria dos cerca de 500 sócios-proprietários do Clube Português não conhece o projeto. Informações de um deles revelam que foi apresentado em sigilo para alguns poucos sócios-proprietários, que inclusive teriam sido convidados a se associarem ao empreendimento.
Procurada pelo Blog, a diretoria do Clube Português não quis se pronunciar, sob a alegação da assessoria de que se trata de assunto reservado. Também procurados pelo Blog, os departamentos de engenharia, comercialização e marketing da CM Engenharia afirmaram desconhecer o projeto.
Com uma existência de mais de 90 anos, localizado na Avenida Conselheiro Rosa e Silva, no bairro das Graças, área nobre da Zona Norte, o Clube Português é um espaço com piscinas e quadras de tênis bem frequentado de convivência social e de atividades esportivas, com destaque no handebol, hóquei em patins e natação.










