EXCLUSIVO, por Luiz Roberto Marinho – Fracassou a assembleia geral do Clube Português, na noite da terça-feira (3), para aprovar o megaprojeto de um shopping e quatro torres na área do clube. Com críticas severas ao projeto de alguns sócios participantes, constatou-se que o edital da assembleia previa apenas a apresentação do empreendimento e não deliberação e nova assembleia geral deverá ser marcada.
A decisão de não deliberar sobre o projeto irritou visivelmente o vice-presidente do clube, Fernando Medicis Pinto, dono da construtora ABF Engenharia, em recuperação judicial. Medicis e outros dirigentes conduziram a assembleia com o claro propósito de evitar críticas ao projeto da CM Engenharia, que “vende” o empreendimento à diretoria desde o início de 2022.
Uma das principais críticas na assembleia ao megaprojeto, que, se aprovado, levará seis anos para ser concluído, foi a baixa taxa de permuta pela implantação do empreendimento, de 14,5% do faturamento do shopping. Outros sócios criticaram a possibilidade do clube ser fechado para as obras, o que não foi esclarecido, e o pesado aumento do fluxo de trânsito no bairro das Graças com o shopping e as quatro torres, três comerciais e uma residencial.

A CM Engenharia é dona dos Shoppings Boa Vista e Patteo, em Olinda. Seu proprietário, o empresário Celso Muniz, já foi candidato a prefeito de Olinda em 2020, pelo MDB, e nas eleições de outubro último integrou como vice, pelo PCdoB, a chapa do candidato derrotado Vinícius Castello (PT).
Encravado na Avenida Conselheiro Rosa e Silva, o Clube Português tem mais de 90 anos e foi declarado Patrimônio Cultural Imaterial do Recife pela Câmara Municipal em novembro passado. Possui um ginásio, restaurante, vários salões, três piscinas, uma das quais olímpica, uma quadra de tênis e um campo de futebol society. Pelo projeto da CM Engenharia, o clube passaria a funcionar na cobertura do shopping.