Da Redação do Blog – Denunciado pelo Ministério Público por tentativa de homicídio duplamente qualificado, o delegado Luiz Alberto Braga de Queiroz afirma que o ambulante Emmanuel Apory, que teve a perna direita amputada pelo tiro que desferiu, bebeu e fumou maconha e seguiu sua namorada na noite do pagode no Forte de Vila dos Remédios, em 5 de maio último.
“O rapaz já tinha dado em cima da minha namorada no dia anterior na academia, de forma muito invasiva, de forma insistente. Eu presenciei, e nada fiz, até pq uma tentativa de paquera, ainda que invasiva, é indiferente penal. Mas no dia seguinte, após uso de drogas e álcool (tem vídeo nos autos ele fumando maconha e bebendo) , ele novamente passou a olhar e seguir a gente na festa, ali ele já me viu com ela, ocasião em que mudamos 3x de lugar, e ele continuava a olhar a ponto de ela pedir para ir embora.”, escreveu o delegado em comentário no Instagram do defensor público e professor Emerson Castelo Branco.
Afastado das funções por quatro meses e indiciado pela Polícia Civil por lesão corporal grave, reafirma o delegado que agiu em legítima defesa, tese defendida por seus advogados no processo criminal sobre a agressão.
“Eu aguardei ele sair e fui conversar c ele. A minha intenção era abordar como policial (tanto que mostro a arma, aponto para onde ele deve ir, em seguida coloca a arma de volta na cintura) e advertir que se ele continuasse aquela “paquera” descabida poderia se tornar um stalking e eu iria prendê-lo. Mas não deu tempo, falar quase nada, ele partiu para cima e me agrediu com socos sequenciados”, relata Luiz Alberto no comentário.
Diz ainda que, como policial há 11 anos, participou de tiroteios e, se quisesse, teria matado Emmanuel. “Se eu quisesse ele n estaria vivo, certamente. Após um único disparo, na região da tíbia, sai do local e solicitei que policiais civis prestassem socorro (está nos autos a versão do policial) . Detalhe: em momento algum fiz uso de qualquer bebida ou droga (exame toxicológico no dia do fato tbm nos autos)”, descreve o delegado, lotado na Delegacia de Roubo e Furto de Cargas, no bairro de Afogados.
Sua versão contrasta radicalmente com a denúncia do MPPE. O promotor Fernando Cavalcanti Mattos afirma, na denúncia, citando testemunhas, que não houve assédio de Emannuel sobre a namorada do delegado, a nutricionista Thamires Cavalcanti, no dia anterior ao pagode, no sábado, na academia de ginástica, e também não houve olhares insistentes na noite do pagode.
O caso deve ir a júri popular na Vara Única de Fernando de Noronha, no Fórum Roberto Lins, na Vila dos Trinta, cuja titular é a juíza Fernanda Moura de Carvalho, também titular do 1º Tribunal do Júri do Recife, há 18 anos, com vasta experiência.
Veja o vídeo
Denunciado pelo Ministério Público por tentativa de homicídio duplamente qualificado, o delegado Luiz Alberto Braga de Queiroz afirma que o ambulante Emmanuel Apory, que teve a perna direita amputada pelo tiro que desferiu, bebeu e fumou maconha e seguiu sua namorada na noite do… pic.twitter.com/EnQkYDOS5E
— Ricardo Antunes (@blogricaantunes) June 17, 2025