Por Mariana Sanches, do UOL – O Departamento de Estado dos Estados Unidos anunciou na noite de hoje a revogação dos visto norte-americanos do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, de quem o órgão chama de “seus aliados da corte” e da família do ministro.
Segundo apurou a coluna, as sanções seriam contra todos os ministros do STF, menos André Mendonça, Kássio Nunes Marques e Luiz Fux, além do procurador-geral da República, Paulo Gonet. As famílias dos ministros e do PGR também serão afetadas pela sanção.
A medida é tomada no mesmo dia em que o ex-presidente Jair Bolsonaro sofreu medidas cautelares do Supremo Tribunal Federal, decididas pelo juiz relator Moraes, como tornozeleira eletrônica e recolhimento doméstico. Trata-se de uma nova escalada de tensão na já conturbada relação entre Brasil e EUA. Em sua justificativa para a medida, Rubio volta a citar um “caça às bruxas” a Bolsonaro, em referência ao processo judicial por Golpe de Estado em que ele é réu. É o mesmo termo usado por Donald Trump para justificar tarifas de 50% contra produtos brasileiros.
“O presidente do Estados Unidos deixou claro que seu governo responsabilizará estrangeiros responsáveis pela censura de expressão protegida nos Estados Unidos. A caça às bruxas política do Ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, contra Jair Bolsonaro criou um complexo de perseguição e censura tão abrangente que não apenas viola direitos básicos dos brasileiros, mas também se estende além das fronteiras do Brasil, atingindo os americanos”, afirmou Marco Rubio via X.
“Portanto, ordenei a revogação dos vistos de Moraes e seus aliados na corte, bem como de seus familiares próximos, com efeito imediato” – Marco Rubio.
No meio da tarde, uma alta fonte do Departamento de Estado havia alertado a coluna de que uma nova medida contra o Brasil deveria ser tomada ainda nesta sexta. Assessores do presidente Donald Trump expressaram indignação ao longo do dia, nas redes sociais, pelas ações recentes tomadas pela corte.
Ao longo da semana, o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o comentarista político Paulo Figueiredo tiveram extensas reuniões na Casa Branca e no departamento de Estado. Nessas reuniões, eles voltaram a pedir sanções contra Moraes, mas não só.