Da Redação do Blog – “Vai tomar no cu”, “vai à merda”: estas foram algumas das reações da delegada Natasha Dolci no Instagram reagindo à sua demissão em portaria assinada nesta terça-feira (22) pelo secretário de Defesa Social, Alessandro Carvalho. Referia-se à diretora-geral adjunta da Polícia Civil, Beatriz Leite Marques, e ao diretor de Comando de Operações e Recursos Especiais, Antônio Barros, os quais, segundo ela, “fizeram da minha vida um inferno”.
No vídeo no Instagram, pediu pressa à governadora Raquel Lyra (PSD) para assinar a demissão. “ “Assina, Raquel. Não aguento mais. Me libera, porque estou extremamente cansada”, desabafou. Entre as “transgressões disciplinares” citadas no despacho do secretário para justificar a demissão estão divulgar fatos internos da corporação, causar escândalo e se dirigir a superiores de forma desrespeitosa.
“Minha única transgressão é realmente divulgar fatos internos”, declarou, referindo-se a um dossiê de centenas de páginas, com 15 tópicos, no qual relatou supostos casos de assédio moral e sexual na Polícia Civil. “Estou cansada. Faz um ano que estou nessa guerra remando sozinha”, enfatizou.
Na tumultuada carreira de seis anos como delegada da Polícia Civil de Pernambuco, na qual ingressou por concurso em 2019, vindo de Goiás, onde nasceu, Natasha chegou a ser transferida mais de 14 vezes de delegacia. Foi acusada pelos superiores de corrupção e prática de advocacia administrativa (patrocinar interesse privado na administração pública valendo-se da qualidade de funcionário), mas foi absolvida.
A acusação de corrupção e prática de advocacia administrativa se deveu a diálogos dela com o empresário Rodrigo Carvalheira, no ano passado, interceptados no celular do empresário. Carvalheira foi preso duas vezes por acusação de estupro. Depoimentos das delegadas que atuaram no caso e do delegado Francisco Rodrigues dos Santos Filho asseguram que Natasha em nenhum momento interferiu nas investigações sobre o empresário.
Sempre crítica da Polícia Civil em entrevistas à imprensa, acabou por isso indiciada em inquérito administrativo, que culminou nesta terça-feira na sua demissão. Ficou afastada por um ano em tratamento psiquiátrico e quando voltou à atividade foi colocada em funções burocráticas.









