Por Luiz Roberto Marinho – “Se você abrir a boca, não vai mais tocar uma missa no Recife para ganhar um pedaço de pão”. Dito e feito. Cumpriu-se a ameaça do ex-colega de trabalho do pedagogo Alan Eric Sousa na superintendência da Santa Casa de Misericórdia do Recife, Luiz Ricardo Santos Dias, como represália a um dossiê que elaborou com supostas irregularidades na gestão da instituição.
Multi-instrumentista com formação pelo Conservatório de Música de Curitiba, Alan Eric contou a amigos ter sido substituído como violonista e cantor na Paróquia do Sagrado Coração Eucarístico de Jesus, no bairro do Espinheiro, na Zona Norte, onde tocava nas missas dominicais e das quintas-feiras, ganhando R$ 120 por missa. Ele tocava ocasionalmente ainda na Capela dos Aflitos, no bairro dos Aflitos, e no terço da Praça do Rosarinho, igualmente na Zona Norte.
Não toca mais em nenhuma igreja do Recife. Relatou a amigos que no dia 26 de junho, 15 dias após ser demitido da superintendência, na qual trabalhou por um ano e dois meses, recebeu um telefonema da secretaria da Paróquia do Sagrado Coração comunicando que não precisava mais dos seus serviços musicais, também suspensos na Capela dos Aflitos e nos terços da Praça do Rosarinho.
De acordo com o relato de Alan Eric a amigos, um dos frades carmelitas que administram a paróquia do bairro do Espinheiro é padrinho de batismo de Luiz Ricardo, diretor de patrimônio imobiliário da Santa Casa.

Luiz Ricardo é um dos três funcionários, junto com o superintendente, padre Claudionor Alves de Lima, denunciados por ele em boletim de ocorrência na Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), no bairro do Cordeiro, na Zona Oeste, como autores de ameaças à sua integridade física, conforme divulgou o Blog.
Os outros são Maxuell Fernandes, Rafael José Ferreira da Silva, seu ex-namorado, que chegou a agredi-lo, quebrando seus óculos, e Felipe de Lima Suruagy, gerente do Centro Geriátrico Padre Venâncio, uma das quatro unidades da Santa Casa.
Entre várias outras acusações, Alan Eric escreveu no dossiê que o padre Claudionor Alves de Lima, que assumiu a superintendência da Santa Casa em janeiro de 2024, usou para gastos pessoais o cartão corporativo com o nome do arcebispo Dom Paulo Jackson, presidente da instituição, com limite de R$ 60 mil, e de promover assédio sexual de outros padres sobre os servidores da instituição, incluindo ele próprio.
Além de ter entregue o documento na Arquidiocese de Olinda e Recife, enviou o dossiê também à Nunciatura Apostólica no Brasil, que é a embaixada do Vaticano, localizada no Setor de Embaixadas Sul, em Brasília.
Confira uma das participações musicais de Alan Eric na igreja do Espinheiro:
*PROIBIÇÃO*
“Se você abrir a boca, não vai mais tocar uma missa no Recife para ganhar um pedaço de pão”. Dito e feito. Cumpriu-se a ameaça do ex-colega de trabalho do pedagogo Alan Eric Sousa na superintendência da Santa Casa de Misericórdia do Recife, Luiz Ricardo Santos Dias,… pic.twitter.com/3UuaAHdK3h
— Ricardo Antunes (@blogricaantunes) July 28, 2025









