Da Redação do Blog — As mangas estão maduras, as uvas quase prontas e os galpões cheios no Vale do São Francisco. Mas o que se ouve dos agricultores da região é desanimador: “não vale nem a pena colher”. O motivo? A possível tarifa de 50% anunciada pelos Estados Unidos para produtos brasileiros, incluindo frutas, pode inviabilizar a exportação.
Principal polo exportador de manga e uva do país, o Vale está paralisado. Sem tempo para redirecionar a produção e sem mercado interno que pague o suficiente, produtores já consideram deixar as frutas no pé — e arcar com prejuízos milionários. “A conta não fecha”, diz Jailson Lira, presidente do Sindicato Rural de Petrolina.
Além do baque financeiro, há o risco sanitário: frutas apodrecendo no chão podem atrair a mosca-das-frutas, praga perigosa para todo o setor. A solução? Enterrar os frutos — o que exige mais mão de obra e mais gastos.
Só um hectare de uva custa até R$ 120 mil. No caso da manga, ainda há o processo hidrotérmico para exportação. Em 2024, a fruticultura do Vale movimentou US$ 90 milhões com exportações. A expectativa era crescer em 2025, mas agora estima-se que até 80% da produção voltada aos EUA seja perdida.
A esperança está em uma possível revisão americana. Mas, até lá, o medo é geral: “Aqui o emprego é pleno. E agora tudo isso está ameaçado”.









