Do UOL – O ministro Luiz Fux, da Primeira Turma do STF (Supremo Tribunal Federal), apresentará seu voto hoje, a partir das 9h, no julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Ele será o terceiro magistrado a votar e já indicou divergências com Alexandre de Moraes e Flávio Dino.
Ontem, Moraes e Dino votaram pela condenação de Bolsonaro e os outros sete réus por envolvimento na trama golpista de 2022.
Três votos formam maioria na Primeira Turma. Depois de Fux, votam Cármen Lúcia e Cristiano Zanin. Outras audiências estão marcadas para amanhã e sexta-feira.
Quais foram as divergências até agora
Fux interrompeu Moraes, reclamou de Dino e se ausentou da sala três vezes durante a sessão.
Nos primeiros minutos da leitura do voto de Moraes, Fux se dirigiu ao presidente da Primeira Turma, Cristiano Zanin, dizendo que, antes de proferir seu próprio voto, voltaria à análise das preliminares.
“Sempre ressalvei e fiquei vencido nessas posições. Por sorte que vou voltar a essa”, afirmou.
Fux se referia à sua posição de que o caso deveria ser julgado não pela Primeira Turma (com cinco ministros), mas pelo plenário (com todos os 11 ministros).
Nos bastidores, Fux tem sido visto como uma esperança por aliados de Bolsonaro: além de divergir sobre a esfera de julgamento, o ministro criticou as diferentes versões do delator Mauro Cid. Também foi o único que votou contra a tornozeleira eletrônica para o ex-presidente.
No julgamento de outros réus do 8 de Janeiro, Fux sugeriu uma pena menor à manifestante Débora Santos, que pichou a frase “perdeu, mané” com um batom na estátua “A Justiça”, que fica em frente ao STF.
Na audiência de ontem, Fux reclamou de uma interrupção de Dino a Moraes, que pediu a palavra e fez dois comentários. Fux mais uma vez se dirigiu a Zanin, citando um acordo que os ministros fizeram na antessala: “Os ministros votariam direto, sem intervenções”, afirmou.
Moraes não se incomodou: “O aparte foi pedido a mim, não a Vossa Excelência”.
Dino brincou: “Eu o tranquilizo, ministro Fux, que não pedirei de Vossa Excelência. Pode dormir em paz”.
A atitude gerou desconforto entre os ministros.









