Da Folha de S.Paulo – Como crianças que esperam a hora do recreio para correr rumo ao pátio, os ministros do STF que ouviram comportadinhos ao longuíssimo voto de Luiz Fux pela absolvição do ex-presidente Jair Bolsonaro e outros réus foram à forra nesta quinta-feira (11).
Foi a vez de Fux ouvir em silêncio a uma espécie de algazarra jurídica protagonizada por Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia, Cristiano Zanin e Flávio Dino. Agindo em conjunto, com piadas e risadas, tinham o propósito explícito de isolar o colega rebelde.
O quarteto não economizou nas ironias ácidas ao voto de Fux, tanto no conteúdo como na forma.
De pronto, no início da sessão, Cármen disse que não se recusava a debater quando aparteada por Dino, numa referência à exigência de Fux de que não fosse interrompido. “Sou da prosa”, disse, mineiramente.
Acrescentou que não leria as quase 400 páginas de seu voto, outra alfinetada no colega que havia deixado todos entediados no dia anterior. Zanin, quando chegou sua vez, repetiu a promessa de ser sucinto.
O ápice do bullying veio ainda na fala de Cármen, quando Moraes pediu a palavra para um longo aparte, em que mostrou vídeos que contraditavam a tese central de Fux de que nunca houve ameaça de Bolsonaro ao Estado democrático de Direito.
“Uma imagem vale mais do que mil palavras”, disse Moraes enquanto imagens do ex-presidente ameaçando-o no famoso 7 de setembro de 2021 eram veiculadas em um telão.









