Por Pedro Lins – As agências físicas da Caixa não resolvem problemas com auxílio emergencial oferecido pelo governo federal para trabalhadores informais, alertou a superintendente nacional de Varejo da Caixa, Simone Nunes. O acesso ao benefício é feito por meio digital. Ainda assim, Recife e Olinda seguiram registrando filas extensas em bancos, desde as primeiras horas desta quarta (14).
Em Bairro Novo, Olinda, um grupo chegou para formar a fila pouco após a meia-noite e passou a madrugada em frente à agência para garantir os primeiros atendimentos. Na segunda-feira (13) e na terça-feira (14), as filas extensas também foram extensas nessa mesma unidade.
Na agência que fica no bairro da Encruzilhada, antes mesmo do início do atendimento, por volta das 6h, pessoas já sentavam na calçada para aguardar a abertura da agência. Parte das pessoas respeitava o espaçamento, outras compareceram com idosos e crianças ao local. A fila seguia pela rua lateral, com alguns pontos de aglomeração.
A superintendente da Caixa alertou que as filas são desnecessárias. “Todo atendimento para o auxílio emergencial está disponibilizado em canais digitais. Para nenhuma informação, é necessária a ida à agência. As informações estão disponíveis tanto no site da Caixa, quanto no aplicativo ‘Caixa Auxílio Emergencial’ e na Central de Atendimento”, disse.
“Às vezes, a pessoa tem dúvida, quer saber se tem direito. Essas informações não estão nas agencias”, alertou.
A Caixa abriu automaticamente as contas de poupança digitais para os beneficiários considerados aptos a receber o auxílio emergencial e que não tinham outra conta bancária nem sejam beneficiários do Bolsa Família. “O valor é creditado nessa conta digital e toda transação é feita de forma digital. O que a Caixa está viabilizando para as pessoas acessarem esse dinheiro? Não dá pra sacar esse dinheiro em espécie dessa conta digital”, explicou Simone.

Com o dinheiro em conta, ainda no aplicativo, é possível pagar conta de luz, água, boletos bancários ou fazer até três transferências para qualquer banco sem nenhuma tarifa, detalhou a superintendente.
Mesmo que o dinheiro seja transferido para uma conta com saldo negativo, cabe ao dono da conta decidir se quer pagar a dívida ou utilizar o dinheiro com outra finalidade, segundo Santos. “Tem gente que tem medo de fazer transferência, como instruímos, mas existe um acordo entre os bancos”, explicou.
Além de não conseguir sacar o benefício, as agências físicas também não são locais para tirar dúvidas sobre o auxílios. “Informações sobre quem tem o direito também não são dadas nas agências. É preciso baixar o aplicativo, cadastrar o CPF e aguardar até cinco dias úteis para receber a informação. Nenhuma agência têm a relação de quem vai receber ou não”, disse Simone.
Em caso de demora da avaliação do aplicativo, a gerente sugeriu que os dados sejam recadastrados, pois alguma informação pode ter passado despercebida.
“A pessoa vai receber a resposta se atende ou não as exigências do benefício. Pode acontecer de ter algum dado errado. O aplicativo diz que [a pessoa] não atende [aos requisitos], mas o cidadão pode corrigir os dados e aguardar mais cinco dias úteis para uma nova verificação”, orientou.
Mais 130 casos de pacientes com a Covid-19, doença transmitida pelo novo coronavírus, foram confirmados pela Secretaria Estadual de Saúde (SES) na terça-feira (14). Com isso, o estado passou a ter 1.284 casos. Também foram confirmados mais 13 óbitos, elevando o número total a 115 mortes de pacientes.
Segundo o secretário estadual de Saúde, André Longo, as UTIs em Pernambuco chegaram a ter mais de 90% dos leitos ocupados, devido à pandemia. Atualmente, há casos de coronavírus em 58 municípios pernambucanos, além do arquipélago de Fernando de Noronha e da ocorrência de pacientes que passaram pelo estado, mas moram em outros estados e países.