Do Estadão – O PP deve obrigar diretórios estaduais e municipais a fazer oposição ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) caso o candidato da disputa presidencial seja o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), apurou o Estadão/Broadcast. O partido também insiste na indicação do senador e presidente da sigla, Ciro Nogueira (PI), para compor a chapa.
Apesar de o PP anunciar o desembarque do governo no início deste mês, os diretórios da sigla na Bahia, na Paraíba e no Maranhão ainda são próximos de Lula. O último é presidido pelo ministro do Esporte, André Fufuca, que, embora tenha recebido um ultimato para sair do governo até o início deste mês de outubro, ainda não indicou que deixará a Esplanada.
Mesmo com os contextos regionais do Nordeste, reduto eleitoral de Lula, fontes ligadas ao PP afirmam que o partido quer montar um “grupo coeso” e “sem fragmentações” em torno da candidatura de Tarcísio. Para isso, a sigla espera que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) indique, o quanto antes, o governador de São Paulo como seu candidato à Presidência.
Porém, parlamentares da sigla não cravam que Tarcísio disputará o Planalto em 2026. O governador de São Paulo reitera que pretende disputar a reeleição para o comando do Estado. Por outro lado, pesquisas para a eleição presidencial apontam que ele é o mais forte opositor a Lula e sua participação no pleito é desejada por alas do bolsonarismo e do Centrão.
Caso Tarcísio não seja candidato presidencial e outro nome represente o bolsonarismo em 2026, não há consenso de que todos os diretórios estaduais e municipais farão oposição a Lula. Neste cenário, apesar de o partido integrar a chapa da direita, os cenários internos do Nordeste serão levados em conta antes de se exigir o distanciamento dos candidatos do PP em relação ao petista. Historicamente, a legenda costuma liberar os diretórios estaduais na região.
Em 2022, o PP integrou a chapa encabeçada por Bolsonaro, ao lado do Republicanos e do PL. Mesmo assim, políticos influentes do partido manifestaram apoio a Lula ainda no primeiro turno, como o ex-vice-governador da Bahia João Leão.









