De O Globo – Mesmo em tempos de aplicativos de mensagens e com as linhas móveis dominando a telefonia, o Brasil ainda tem 42,4 mil telefonistas — ocupação diferente dos trabalhadores de centrais de atendimento, ou call centers, que somam 361,4 mil.
Já os “astrólogos, adivinhos e afins” são 4,5 mil em todo o país. Os caçadores são apenas 235.
Os dados, do Censo 2022 Trabalho e Rendimento, divulgados nesta quinta-feira pelo IBGE, revelam curiosidades sobre o mercado de trabalho brasileiro.
Por exemplo, em 2022, o Brasil tinha 18 “chefes de pequenas populações”, categoria que inclui caciques indígenas e líderes de comunidades quilombolas. Os “trabalhadores do sexo” eram 2,6 mil. Ainda segundo o Censo 2022, há mais “trabalhadores subaquáticos” (2,4 mil) do que juízes (1,4 mil).
Os números de empregados em cada profissão têm margem de erro, porque o recorte do Censo 2022 divulgado nesta quinta-feira é amostral.
Os recenseadores do IBGE tentaram visitar e entrevistar um morador de cada lar do país, e 10% deles responderam um questionário mais completo, com mais detalhes sobre trabalho e renda.
Mesmo com uma amostra de milhões, mais abrangente, por exemplo, do que a da Pesquisa por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad-C), também do IBGE, toda pesquisa do tipo é sujeita a margem de erro.
Há também outra diferença de metodologia. Tanto a Pnad-C quanto o Censo são pesquisas baseadas em entrevistas, com informações prestadas pelas pessoas.
Pesquisas baseadas em entrevistas estão sempre sujeitas a alguma subjetividade dos informantes. Há casos em que os entrevistados não passam a informação fidedigna, por diversos motivos.
O número total de magistrados, por exemplo, pode estar subestimado. Segundo o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), eles somam 19 mil, considerando todos os ramos do Judiciário, nas esferas estadual e federal, muito acima dos 1,4 mil apontados pelo Censo — os dados do CNJ são informados pelos tribunais de todo o país por um sistema, com regras e procedimentos, e não em entrevistas.
No caso dos trabalhadores do sexo, o número de 2,6 mil ocupados pode estar subestimado porque as pessoas podem ter preferido não informar a profissão para o entrevistador do IBGE.
As profissões com o maior número de empregados no país são as seguintes:
• Balconistas e vendedores de lojas, com 3,5 milhões de trabalhadores
• Condutores de automóveis, taxis e caminhonetes, com 3,1 milhões de trabalhadores
• Pedreiros, com 2,97 milhões de trabalhadores
• Trabalhadores de limpeza de interior de edifícios, escritórios, hotéis e outros estabelecimentos, com 2,8 milhões de trabalhadores
• Trabalhadores dos serviços domésticos em geral, com 2,8 milhões de trabalhadores
• Vendedores não classificados anteriormente, com mais 2,69 milhões
• Escriturários gerais, com 2,6 milhões de trabalhadores
• Agricultores e trabalhadores qualificados em atividades da agricultura, com 2,6 milhões de trabalhadores
• Trabalhadores elementares da construção de edifícios, com 1,76 milhão
• Trabalhadores elementares da indústria de transformação, com 1,7 milhão
• Cozinheiros, com 1,3 milhão de trabalhadores
• Recepcionistas em geral, com 1,3 milhão de trabalhadores
• Guardas de segurança, com 1,25 milhão de trabalhadores
• Professores do ensino fundamental, com 1,2 milhão de trabalhadores
• Mecânicos e reparadores de veículos a motor, com 1,19 milhão de trabalhadores
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• Especialistas em tratamento de beleza e afins, com 1,19 milhão de trabalhadores









