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Home Política

Empresário condenado por esquema de criptomoedas tinha elo com o Hezbollah

Mayara Gomes Por Mayara Gomes
17/10/2025 - 12:51
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O operador de criptomoedas Dante Felipini

O operador de criptomoedas Dante Felipini

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Do Estadão – O empresário Dante Felipini compartilhou o vídeo em 2 de janeiro de 2023 em um grupo de WhatsApp e conversou com um amigo identificado como Cauê Leão. O operador de criptomoedas da região da Avenida Faria Lima aparecia com um lenço árabe no pescoço disparando um fuzil AK-47. Estava no Vale do Bekaa, no Líbano. “Tá porra. Vai entrar em grupo extremista?”, perguntou Cauê. “Não, mano, só grupo moderado.”

Trecho de denúncia apresentada pelo MPF contra Dante Felipini por financiamento do terrorismo: operações com criptomoedas para financiar Hezbollah Foto: Reprodução / MPF
Trecho de denúncia apresentada pelo MPF contra Dante Felipini por financiamento do terrorismo: operações com criptomoedas para financiar Hezbollah Foto: Reprodução / MPF

 

 

A conversa prosseguiu. “Bom demais”, exclamou Cauê para, em seguida, demonstrar preocupação. “Esse maluco aí atrás de você não te assusta?” O amigo respondeu que não. “O mano é do Hezbollah. Os caras são ‘bom’, mano. Não é ruim não. Eles que ‘acabou’ com o Estado Islâmico”, respondeu Dante. E continuou: “O cara me recebeu em casa, serviu café”. E, depois, o levou até as montanhas. “Me deram maconha de graça.” Cauê pergunta, espantado: “Tem maconha aí?”. E Dante responde: “Sim, mano. Puríssima. Muito haxixe”.

Mensagem apreendida pela PF no celular de Dante Felipini no qual o acusado conversava sobre seus contatos com o Hezbollah Foto: Reprodução / Polícia Federal
Mensagem apreendida pela PF no celular de Dante Felipini no qual o acusado conversava sobre seus contatos com o Hezbollah Foto: Reprodução / Polícia Federal

 

No vídeo, um suposto integrante do Hezbollah segurava Dante enquanto ele atirava. O empresário explicou: “Doidão de haxixe na toca do Hezbollah. Tremendo de frio. Com uma arma que matou mais judeu do que Hitler na mão. Ainda que só tinha um para segurar.”

O Estadão teve acesso às cópias das conversas e fotos, obtidas pela Polícia Federal, na 2.ª fase da Operação Colossus. Nesta semana, a 6.ª Vara Criminal Federal absolveu Felipini da acusação de financiamento de terrorismo, mas o condenou a 17 anos e 5 meses de prisão por lavagem de dinheiro, evasão de divisão e organização criminosa.

Meses depois daquelas conversas, Dante voltaria ao tema, em outra conversa com um colega identificado como Hugo Cesar. Ele compartilhou o vídeo no Vale do Bekaa e escreveu: “Dia em que me filiei ao Hezbollah. Fiz meu batismo, coisa de louco. Os caras não são terroristas não”. Hugo alertou: “Hezbollah é terrorista sim”. Mas Dante insistiu. “Eles não são terroristas.”

A PF achou a passagem aérea de Dante de Dubai, nos Emirados Árabes, para Beirute, no Líbano. Ele chegou em um voo da Emirates em 28 de dezembro de 2022 e voltou em 4 de janeiro de 2023. Quatro procuradores do Ministério Público Federal (MPF), enviaram um relatório de 13 páginas com as informações ao ministro Rogério Schietti Cruz, que ia julgar o habeas corpus pedido pela defesa no Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Dante havia sido preso em 7 de janeiro de 2024, no aeroporto de Guarulhos, quando se preparava para embarcar para Dubai, onde morava. O operador de criptomedas era acusado de participar de um esquema bilionário de evasão de divisas e lavagem de dinheiro do tráfico e do Hezbollah. E teria mandado dinheiro a carteiras de criptomoedas sancionadas por Israel em razão da ligação com a organização libanesa e com a Força Quds, a tropa de elite da Guarda Revolucionária do Irã.

Após receber o relatório do MPF, Schietti manteve a prisão do acusado, que sempre alegou inocência. Sua defesa dizia que o jovem havia feito as operações com as carteiras suspeitas antes de elas serem sancionadas por Israel. E chamava de “fantasiosa” a ligação com o grupo libanês.

Ela estava no relatório complementar de 75 páginas da Delegacia de Repressão a Corrupção e Crimes Financeiros (Delecor), da PF em São Paulo. Ele dizia que Dante usava o pseudônimo Oliver G e, por meio dele, trocou mensagens no WhatsApp com um interlocutor, identificado como Bruno da Silva. Silva mandou em 28 de junho de 2023 um link e o texto sobre o Hezbollah, a respeito de uma apreensão feita, em 21 de maio de 2023, de criptoativos do grupo libanês e da Força Quds, feita por Israel por meio da Administrative Seizure Order ASO – 29/23 (Ordem Administrativa de Apreensão).

O documento divulgado pelo então ministro da Defesa Yoav Gallant mandara confiscar as carteiras de criptoativos do comerciante Tawfiq Muhammad Said al-Law, um libanês que operaria no hawala, rede parecida com o dólar-cabo dos doleiros brasileiros, nascida na Ásia, que movimenta bilhões.

Silva enviou ainda a Dante um relatório analítico sobre um endereço da blockchain TRON, controlada pelo acusado e vinculada à apreensão feita por Israel. O contato pergunta para qual delas Dante enviara recursos. Israel listava 40 carteiras da TRON, uma das quais a PF confirmou ter recebido recursos do acusado. “De fato, foi possível localizar a transação na blockchain TRON, que contém o envio de 100 mil unidades do token USDT em 21/11/2022.”

Os peritos da PF extraíram dados do celular do acusado para demonstrar que ele tinha o controle das carteiras de criptoativos e fizera outras operações de envio de recursos a pessoas ligadas ao Hezbollah. Esse foi o caso de uma operação de US$ 150 mil em USDT em 24 de maio de 2022, enviado à uma das carteiras sancionadas por Israel.

‘Que se foda Israel’

Na troca de mensagens, Silva afirma que a “Master” – provavelmente, a Master BZ Serviços de Tecnologia Ltda – enviou dinheiro às carteiras envolvidas com terrorismo. A Master é uma das empresas em nome de laranjas que, segundo a PF, Dante usava para efetuar remessas para o exterior e negociar criptoativos. “Que se foda Israel”, reagiu Dante. E completou: “Cliente pediu pra pagar”.

 

Investigado pela Operação Colossus, da Polícia Federal, o operador de criptoativos Dante Felipini dispara um fuzil Ak-47 no vale do Bekaa, no Líbano, auxiliado por um integrante do Hezbollah: 'Que se foda Israel' Foto: Polícia Federal
Investigado pela Operação Colossus, da Polícia Federal, o operador de criptoativos Dante Felipini dispara um fuzil Ak-47 no vale do Bekaa, no Líbano, auxiliado por um integrante do Hezbollah: ‘Que se foda Israel’ Foto: Polícia Federal

Silva discordou. E Dante prosseguiu, afirmando que se considerava “um facilitador”. Disse que “não queria saber” qual o uso era dado aos recursos que movimentava. No fim, concluiu a conversa reconhecendo que tinha um problema em seus negócios: “Compliance ruim, mano”.

Mas esse não era o único problema de Dante, segundo a PF. Os agentes identificaram ligações dele com o comerciante sírio naturalizado brasileiro Mohamad Khir Abdulmajid e com o médico libanês Hussein Abdallah Kourani. Ambos foram denunciados pelo MPF na 2.ª fase da Operação Trapiche, sobre financiamento do Hezbollah.

Abdulmajid é acusado de vender cigarros eletrônicos contrabandeados em Belo Horizonte e de recrutar brasileiros para o Hezbollah. Ele está foragido e seu nome consta da difusão vermelha da Interpol. A 1.ª fase da Trapiche havia sido deflagrada em 2023 para evitar ataques terroristas a alvos judaicos no Brasil. Em 2024, a denúncia por financiamento ao terrorismo contra Dante e os outros dois foi acolhida pela 2.ª Vara Federal de Belo Horizonte.

Para além de identificar que ele detinha “pleno conhecimento dos riscos atrelados à atividade de operador financeiro por ele desempenhada”, a PF afirmou ter comprovado que o próprio Dante entendia que as pessoas que procuravam por seus serviços buscavam uma alternativa aos meios oficiais para esconder a origem criminosa de valores ou o destino ilícito deles, como no caso do terrorismo.

Operador movimentara R$ 13,2 bilhões
Durante a Colossus, os policiais obtiveram provas de que o operador de criptomoedas era efetivamente o responsável pela Makes Exchange Serviços Digitais, que, de agosto de 2017 a abril de 2021, recebeu, em 24.756 transações, R$ 6.608.121.583,51 em créditos, e enviou, em 14.132 transações, R$ 6.606.379.258,68, dos quais R$ 5 bilhões passaram por contas da própria empresa, em uma “manobra para camuflar a origem dos recursos”.

Dante mantinha relação com o empresário José Eduardo Froes, acusado pela PF de ser o centro do esquema investigado na Colossus. O jovem teria feito 400 transferências das contas da Makes para Froes, totalizando R$ 163.581.769,93. E teria ainda realizado transações com empresas investigadas por tráfico transnacional de drogas. O Estadão procurou Froes. Enviou perguntas, mas ele não respondeu. O espaço permanece aberto.

A PF pedira a prisão de Dante em 2022, mas a Justiça a negou. Em 2024 foi diferente. É que os federais descobriram que, mesmo depois de ser alvo da Colossus, Dante teria continuado a operar. Para tanto, havia criado a empresa Etnad Ednarg Trading – “Dante Grande”, escrito ao contrário. A empresa estava em nome de Gabriel Maurício Lourenço, um borracheiro registrado no CadÚnico, com rendimento declarado de R$ 2,3 mil.

Só por meio do Pix, conforme relatório do Conselho de Controle das Atividades Financeiras (Coaf), a Etnad Ednarg recebeu 63.542 transferências, somando R$ 428,4 milhões, entre dezembro de 2022 e outubro de 2023. Para a PF, os indícios de fraude eram claros.

“As transações verificadas na conta da empresa Etnad Ednarg alcançam R$ 1.336.026.434,00, ou seja, uma conta recém-aberta de uma empresa de pequeno porte, cujo sócio foi descrito com a profissão borracheiro movimentou entre créditos e débitos no período de dezembro de 2022 a outubro de 2023 algo próximo a R$ 1,4 bilhão”. Dante saíra do Brasil após a Colossus, em 2022, para viver em Dubai. Naquele momento, era alvo de mais cinco inquéritos abertos pela Polícia Civil paulista.

A PF ouviu Dante por videoconferência. O empresário disse que havia obtido autorização para operar em Dubai. Ele entrara no negócio em 2017 e contou que passou a faturar com a compra desses criptoativos nos EUA, onde eram mais baratos, e a venda deles no Brasil, lucrando com a diferença de preço. A partir de 2018, passou a operar com Froes. Mas sempre com nota fiscal e segundo as normas de prevenção à lavagem de dinheiro. Também negou esconder que as operações de câmbio fossem registradas de forma a encobrir a compra de criptomoedas.

E disse ter sofrido uma tentativa de sequestro em 2021, no aeroporto de Congonhas, e tentativas de extorsão praticadas por policiais de São Paulo. Teria sido por isso que ele se mudou para Dubai. Em dezembro de 2023, voltou ao Brasil para visitar a família. Não sabia que as investigações da PF haviam continuado. A Delecor descobriu e pediu sua prisão à Justiça, que desta vez, a concedeu.

 

Tags: PCC
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