Por Jackie Salo, no New York Post – O medicamento anti-malária apresentado pelo presidente Donald Trump não demonstrou benefícios para pacientes com coronavírus em um estudo nacional. Até causou mais mortes entre aqueles que receberam o medicamento do que aqueles que receberam tratamento padrão, relataram pesquisadores.
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Pacientes que usam cloroquina morrem mais do que os que não usam
A hidroxicloroquina provou não ser melhor do que o tratamento padrão entre mais de 300 pacientes do sexo masculino nos centros médicos da Veterans Health Administration em todo o país, de acordo com um relatório no servidor de pré-publicação medRix.
O estudo – apoiado pelos Institutos Nacionais de Saúde e Universidade da Virgínia – é o maior de seu tipo sobre a droga controversa.
Os pesquisadores analisaram os registros médicos de 368 veteranos com casos confirmados de COVID-19 que morreram ou tiveram alta até 11 de abril.
Cerca de 28% dos que receberam hidroxicloroquina mais os cuidados habituais morreram, contra 11% daqueles que receberam cuidados de rotina. Cerca de 22% dos que receberam o medicamento mais azitromicina também morreram, mas a diferença entre esse grupo e os cuidados habituais não foi considerada grande o suficiente para descartar outros fatores que poderiam ter afetado a sobrevida.
Na conclusão do artigo científico, publicado em uma plataforma preprint (antes da revisão dos pares), afirma-se que não se encontrou “evidência de que o uso de hidroxicloroquina, seja com ou sem azitromicina, reduziu o risco de ventilação mecânica em pacientes internados com covid-19. Uma associação de aumento de mortalidade geral foi identificada em pacientes tratados apenas com hidroxicloroquina”.