Por Ricardo Antunes – A pressão da Câmara Municipal de Ipojuca, na Região Metropolitana do Recife, levou ao afastamento do delegado Ney Luiz Rodrigues, que estaca no comando das investigações de desvios superiores a R$ 25 milhões das emendas dos vereadores.
Portaria do Secretário de Defesa Social, Alessando Carvalho, transferiu Ney Luiz Rodrigues para o comando da Delegacia de Repressão ao Narcotráfico, no Recife, a partir da próxima segunda-feira (17). Ele será substituído em Porto de Galinhas, no Litoral Sul, por um delegado sem nenhuma experiência, que acabou de ingressar na polícia.
A portaria diz que a transferência foi solicitada, mas fontes da Polícia Civil consultadas pelo nosso blog negam que tenha havido o pedido. O secretário justifica a mudança por visar “o atendimento ao interesse público, baseando-se na imprescindibilidade de inovação e intensificação das ações policiais”.

No comando da Delegacia de Porto de Galinhas, Ney Luiz Rodrigues desbaratou uma quadrilha que chegou a desviar mais de R$ 25 milhões, em três anos, somente por uma instituição, o Instituto de Gestão em Políticas Públicas do Nordeste (IGPN), na execução de emendas impositivas dos vereadores de Ipojuca.
As emendas eram destinadas a cursos não realizados e a empresas de fachada. Um esquema que explodiu e que tem ramifiçaçoes com o crime organizado que cresce naquela região.
A chamada Operação Alvitre prendeu quatro envolvidos nos desvios: o empresário Gilberto Claudino da Silva Junior, dono da Faculdade Novo Horizonte, em Ipojuca, a advogada Edjane Silva Monteiro e a psicóloga Eva Lúcia Monteiro, irmã dela, dirigentes da ONG Rede Vhida, de Caruaru, no Agreste, e Maria Netania Vieira Dias, ex-conselheira tutelar de Ipojuca, suposta namorada de Gilberto Claudino
Os quatro estão sendo acusados de usar as instituições que operavam para promover cursos fictícios com as verbas das emendas, terceirizados pelo IGPN, cujo proprietário, Gerailton Almeida da Silva, continua foragido.








