Por André Beltrão – O presidente da Câmara Municipal de Ipojuca, vereador Flávio do Cartório (PSD), é o dono de uma associação que teria recebido, através de emendas parlamentares, R$ 12 milhões em três anos. Vejam que loucura, minha gente.
Alvo da Operação Alvitre, que investiga o desvio de recursos públicos na cidade, ele foi preso em um mercado em Boa Viagem, na Zona Sul do Recife, nessa terça-feira (18). A informação foi antecipada pelo nosso blog e só foi noticia nos outros sites, nessa quarta-feira (20)
A Polícia Civil e o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) detalharam a investigação em entrevista coletiva nesta quarta-feira (19). O vereador Professor Eduardo foi solto, hoje, mas Flavio e outros dois criminosos do esquema que desviou milhões, continuam na cadeia.
Segundo o delegado Ney Luiz Rodrigues, responsável pelo inquérito, Flávio Henrique do Rego Souza, o Flávio do Cartório, seria proprietário do Instituto Filhos de Ipojuca.
A Filhos de Ipojuca, até 2023, executava projetos de escolinha de esporte, recebendo entre R$ 230 mil e R$ 250 mil, de acordo com a investigação.
“Em 2023, foi aprovada uma emenda impositiva destinando R$ 5 milhões para prestação de serviços na área de saúde”, explicou o delegado.
A associação, conforme a polícia, não teria capacidade técnica para oferecer os serviços na área da saúde, que eram o objetivo das emendas, e havia contratado outra entidade, que foi alvo da primeira fase da Operação Alvitre.
O presidente da Filhos de Ipojuca, que não teve o nome revelado, e um empresário de Bezerros foram presos na manhã desta quarta (19).
“O presidente dessa associação é uma pessoa muito próxima ao parlamentar. A gente verificou que já até trabalhou para ele. Têm uma amizade antiga. Ele teria sido colocado ali, na presidência, por ser pessoa de confiança”, afirmou o delegado. A investigação também apontou que membros da diretoria da associação eram familiares de Flávio do Cartório.
Flávio do Cartório já possuía um mandado de prisão preventiva em aberto pelo crime de peculato e estava sendo monitorado pela Polícia Civil. “Na primeira fase, alguns investigados fugiram em razão de terem tomado conhecimento da operação. Por isso, estávamos monitorando o parlamentar. Quando a equipe policial verificou uma situação possivelmente flagrancial, foi realizada a abordagem”, afirmou Ney Luiz.








