Do UOL – Alvo da Operação Poço de Lobato, o Grupo Refit é comandado por Ricardo Magro. Empresário e advogado, ele controla o conglomerado responsável pela antiga refinaria de Manguinhos, considerado pela Receita Federal o maior devedor contumaz do Brasil, com débitos superiores a R$ 26 bilhões.
Ricardo Magro é dono do grupo Refit, responsável pela antiga refinaria de Manguinhos, acusada de atuar em um sofisticado esquema de sonegação fiscal e lavagem de dinheiro no setor de combustíveis. A empresa foi adquirida por ele em 2008.
Em dezembro do ano passado, Magro apareceu envolvido em uma ação da Polícia Civil. A suspeita é de que ele teria utilizado 188 empresas para cometer crimes fiscais e lavar dinheiro. No último mês de agosto, foi citado na Operação Carbono Oculto, que apurou a infiltração do PCC no ramo de combustíveis.
Em entrevista à Folha de S.Paulo, Magro negou a associação com facções criminosas. O empresário afirmou que sofre ameaças do PCC (Primeiro Comando da Capital) e de seus apoiadores por tentar combater os esquemas e que é difamado pelas grandes empresas do setor por desenvolver um novo modelo de negócios.

Magro foi preso em 2016 por fraude em investimentos dos fundos de pensão. Na ocasião, ele se entregou à Polícia Federal do Rio de Janeiro três dias após ser considerado foragido e procurado pela Interpol. Os desvios apurados pelo MPF (Ministério Público Federal) na ocasião somariam pelo menos R$ 90 milhões dos fundos Petros e Postalis.
Magro apareceu nos chamados Panama Papers com seis offshores, algumas delas gerenciadas pela Mossack Fonseca, escritório panamenho especializado na abertura de empresas de fachada para facilitar a ocultação dos verdadeiros donos.
Ele também foi investigado por suposto esquema de corrupção na ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis). Na denúncia arquivada, o MP-SP (Ministério Público de São Paulo) apontou que as empresas do conglomerado eram usadas em esquemas de sonegação e adulteração das bombas de combustíveis. Magro, por sua vez, segundo o órgão, pagava propina a um agente do regulador para manter uma “rede de proteção”.
Foi advogado do ex-deputado Eduardo Cunha. Ele atuava em defesa do ex-presidente da Câmara dos Deputados, preso em 2016 sob a acusação de desvios em fundos de pensão. Anos depois, Cunha foi absolvido.








