Por Ricardo Antunes
Foi um golpe para impedir outro golpe. Ditadura mesmo começou no AI 5 em 1969 com a cassação e suspensão dos direitos políticos e da liberdade de imprensa.
Foi aí que parte da galera resolver pegar em armas para fazer a revolução “like” Che e Fidel em Cuba. A diferença é que lá o povo deu apoio ao novo regime.
Aqui o exército fez o contrário:
Esmagou a “guerrilha” (romântica) que também teve seu lado sinistro: Matando civis e soldados cuja lista também não foi pequena.
A anistia fez um pacto e indenizou muita gente. Não haveria paz sem esse acordo. Não haveria caminho para a volta das liberdades sem isso posto.
Os exilados voltaram e, em 85, fizemos a transição sem traumas com eleições diretas em 1989. Quem não viu o clamor cívico pelas “Diretas Já” em 84 , tem que ler essa história.
Eu fico com minha escolha, com os livros de esquerda que li, e com a autocrítica de Fernando Gabeira – um dos poucos ” ex-guerrilheiros” que fizeram o “mea culpa”.
“Nós também queríamos uma ditadura” confessaria ele em um dos seus livros.
E minha escolha é simples. Não a ditadura da esquerda e Não a ditadura da direita.
A virtude está no meio e “levar o certo longe demais e ele se torna errado”, como disse um jesuíta espanhol no século 17.







