Por André Beltrão – Em dez meses de operação, a Secretaria de Defesa Social (SDS) notificou três vezes, por atrasos e imagens de má qualidade nas câmeras de monitoramento, a empresa Teltex Tecnologia, que entrou em recuperação judicial e vai encerrar 2025 sem explicar porque mantém o contrato. Além de Pernambuco, a empresa enfrenta problemas em três outros estados: Acre, Bahia e Rio Grande Sul.
Em PE, o contrato foi firmado em fevereiro por R$ 122 milhões para instalação de duas mil câmeras. A SDS diz ter tomado as providências necessárias para romper o contrato, mas não informa quais foram e se recusa a informar seus cronogramas.
O prazo final fixado para a instalação das duas mil câmeras vence daqui a dois meses, em fevereiro de 2026, mas até agora somente cerca de 20% foram colocadas, tornando praticamente impossível cumprir a meta estabelecida, revelam técnicos que acompanham o projeto.
Já no início do cumprimento do contrato, a SDS constatou baixa qualidade das imagens captadas no Marco Zero com a Avenida Marquês de Olinda, no Recife Antigo, instaladas para o Carnaval deste ano. Houve casos de câmeras instaladas em locais sem fornecimento direto de energia elétrica.
Para complicar o péssimo negócio fechado pela SDS na licitação do seu projeto de vídeo-monitoramento, a Teltex entrou em recuperação judicial e enfrenta problemas semelhantes de execução de contratos em outros estados.
No Rio Grande do Sul, teve o contrato cancelado pela Prefeitura de Teutônia por falhas na prestação do serviço. No Acre, acabou anulada, por suspeita de superfaturamento, a licitação de R$ 77 milhões que ganhou para monitoramento das escolas estaduais, e sofre questionamentos sobre seus preços também na Bahia.
O OUTRO LADO
Não conseguimos contato com a Teltex Tecnologia. O espaço está aberto a manifestações e a reportagem pode ser atualizada a qualquer momento.








