Por Monica Bergamo, da Folha de São Paulo – O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes quebrou o silêncio sobre seu envolvimento com o Banco Master e divulgou uma nota nesta terça (23) em que diz que recebeu o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, para falar sobre a Lei Magnitsky, e não sobre a instituição financeira.
Nesta semana, a colunista do jornal O Globo, Malu Gaspar, publicou a informação de que Moraes pressionou o presidente do BC para atuar em favor do Master. A mulher do magistrado, Viviane Barci, assinou um contrato de R$ 129 milhões com o banco.
Moraes, ao ser informado por Galípolo de que a fraude em repasses do Master ao BRB (Banco Regional de Brasília) chegava a R$ 12,2 bilhões, teria refluído da pressão.
“O Ministro Alexandre de Moraes esclarece que, em virtude da aplicação da Lei Magnistiky, recebeu para reuniões o presidente do Banco Central, a presidente do Banco do Brasil, o Presidente e o vice-presidente Jurídico do Banco Itaú”, afirma ele.

“Além disso, participou de reunião conjunta com os Presidentes da Confederação Nacional das Instituições Financeira, da Febraban, do BTG e os vice-presidentes do Santander e Itaú”, segue ele.
“Em todas as reuniões, foram tratados exclusivamente assuntos específicos sobre as graves consequências da aplicação da referida lei, em especial a possibilidade de manutenção de movimentação bancária, contas correntes, cartões de crédito e débito” finaliza a nota.
Galípolo e Moraes não haviam se manifestado publicamente até agora. O presidente do BC segue em silêncio.
O relato de que Moraes teria procurado o presidente do Banco Central para conversar sobre um negócio bilionário envolvendo o Banco Master ampliou os questionamentos sobre o magistrado.
Políticos de oposição cobraram explicações do ministro. O senador Alessandro Vieira afirmou que buscará assinaturas para a instalação de uma CPI.








