Por Ricardo Antunes – A Revista Época o enviou a Pernambuco para saber a história de um governador bem avaliado, mas que, ao mesmo tempo, reduzia a pó quem não estava no seu projeto pessoal.
Na entrevista, no Palácio, Luiz Maklouf Carvalho perguntou a Eduardo Campos por qual motivo Pernambuco era o único estado onde havia um jornalista preso?
Estávamos em Fevereiro de 2013. Eduardo já era pré-candidato a presidente da República, e o fato chamou a atenção do repórter que dentre várias perguntas fez uma que lhe parecia misteriosa.
“É um infame, um pobre coitado”, disse o governador, sem explicar sua relação com o marqueteiro que já tinha sido contratado para fazer sua campanha, junto com Duda Mendonça.
A Revista Época e a matéria de Mak me ajudaram a sair do “inferno” depois de 4 meses, acusado de um crime que não cometi.
Na época, estava cumprindo uma “prisão preventiva” desde o dia 04 de outubro de 2012. 24h antes da eleição de Geraldo Júlio (PSB).
24 horas depois de solto, recebi um telefonema de Evaldo Costa, Secretário de Imprensa, pedindo para eu passar no Centro de Convenções.
Me sondou para um cargo no governo, e afirmou. “O governador gosta muito de você, Ricardo”.
Eu não me fiz de rogado e devolvi a bola de primeira: “Diga que eu também gosto muito dele, Evaldo”.
Levantei da cadeira, apertei a mão de Evaldo e fui embora. Sete anos depois ainda estou censurado, sem poder contar os detalhes e bastidores do caso, além de falar sobre outras pessoas.
A matéria de Maklouf repercutiu em todo o Brasil. Em uma das seis páginas sobre a vida do então candidato a presidente, uma foto minha de quase meia página com a legenda: “O problema”.

Com todos os jornais locais sem poder citar meu nome, o caso alcançou o sul do país, e 10 dias depois eu estava em liberdade e voltava para casa.
Seguem alguns dos personagens da história que vai virar um livro:
Eduardo Campos morreria em 13 de agosto de 2014, num trágico acidente de avião.
Evaldo Costa tentou ser candidato a deputado na Paraíba, mas não se elegeu.
Duda Mendonça, continua com sua agência de publicidade, mas separou-se do marqueteiro pernambucano na empresa Black Ninja.