De Vio Mundo — O ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, vai sair ileso se for aprovado o acordo que ele propôs à Procuradoria Geral da República: depois de confessar receber R$ 300 mil em caixa 2 da JBS para as campanhas de 2012 e 2014, ele vai se livrar do processo se devolver R$ 189 mil aos cofres públicos.
Considerando valores de hoje, ou seja, a correção monetária, Onyx devolverá menos que 45% do que recebeu.
Pelo acordo, a PGR desconsideraria eventual atuação criminosa do deputado federal em favor da empresa que lhe financiou a campanha por baixo do pano.
A investigação por falsidade ideológica eleitoral nem seria aberta.
Antes de ser indicado para compor o ministério de Jair Bolsonaro, o ex-ministro da Justiça Sergio Moro disse que caixa dois era “trapaça”, durante evento público nos Estados Unidos.
“Me causa espécie quando alguns sugerem fazer uma distinção entre a corrupção para fins de enriquecimento ilícito e a corrupção para fins de financiamento ilícito de campanha eleitoral. Para mim a corrupção para financiamento de campanha é pior que para o enriquecimento ilícito”, afirmou Moro em 2017.

Porém, Moro mudou de tom em 2019, quando revelou-se que o aliado da Lava Jato e futuro colega de ministério havia se corrompido.
Não foi a única acusação contra Onyx.
Entre 2009 e 2018, o ministro da Casa Civil justificou as verbas de gabinete da Câmara dos Deputados apresentando 80 notas de uma mesma empresa, sendo 29 em sequência.
Com isso, embolsou R$ 318 mil.
No papel, o dinheiro foi para pagar serviços do técnico em contabilidade Cesar Augusto Ferrão Marques, filiado ao DEM, o mesmo partido pelo qual Onyx exerce o cargo de deputado federal desde 2007.







