Por Vera Magalhães colunista do BR18
Bolsonaro
vem nos últimos dias escalando os limites da retórica. Nesta segunda-feira
subiu um novo degrau, insinuando saber >como morreu o pai do presidente da OAB, Felipe Santa Cruz,
desaparecido da ditadura. Aonde isso nos leva?
Freios. A uma
situação em que a instituição da Presidência é colocada à mercê das diatribes
do ocupante de turno, sem compromisso com a verdade ou mesmo com a humanidade.
Bolsonaro tentou consertar a fala com uma >live enquanto cortava o cabelo, na qual disse que
Fernando Santa Cruz foi >morto pelos próprios companheiros de militância.
Mas… Publiquei no BR18 um >atestado de óbito recém-lavrado pelo Ministério da Família e dos
Direitos Humanos em que está consignado que Fernando Santa Cruz
morreu “de causa não natural, violenta, causada pelo Estado brasileiro, no
contexto da perseguição sistemática e generalizada à população identificada
como opositora política ao regime ditatorial de 1964 a 1985”. . O que o
presidente dirá diante disso?
Trincou. O fato é que a fala, dado seu
caráter ultrajante, foi repudiada mesmo por setores do bolsonarismo. Também
levou a que potenciais adversários do presidente em 2022, como o governador de
São Paulo, João Doria Jr., >confrontassem o presidente publicamente. Bolsonaro vai,
assim, optando por falar cada vez mais aos setores mais radicais de sua
militância virtual.







