Da Redação do Blog — A comparação das declarações de bens dos candidatos sempre geram situações inusitadas. Com o prefeito de Olinda, Professor Lupércio (Solidariedade), não é para menos. O gestor sempre se utilizou da imagem de homem simples, do povo, humilde. A declaração dos bens dele à Justiça Eleitoral, após quatro anos comandando a Marim dos Caetés, é curiosa: Lupércio perdeu R$ 600 mil de patrimônio.
Em 2016, quando derrotou o então socialista Antônio Campos e se sagrou prefeito de Olinda, Lupércio declarou R$ 1,07 milhão. Entre os bens, um veículo de R$ 85 mil, uma casa em Rio Doce avaliada em R$ 320 mil, outros R$ 216 mil em poupança, além de um privê em Porto de Galinhas de R$ 364 mil. Quase tudo foi embora.
O Lupércio que busca a reeleição declarou R$ 447 mil à Justiça Eleitoral. Ele permanece com a casa de Rio Doce de mesmo valor e agora possui um apartamento em Casa Caiada de R$ 115 mil. As baixas podem ser sentidas até no saldo bancário: R$ 52,99 no Santander e R$ 664 no Itaú. Vale lembrar que em sua primeira eleição, em 2004, para vereador pelo PTN, Lupércio não tinha bens.

Situação inversa viveu seu rival, o todo poderoso vereador e presidente da Câmara de Olinda, Jorge Federal (PSL). Federal, que dessa vez disputa o Executivo municipal, elevou seu patrimônio nos últimos quatro anos. Em 2016, quando concorreu pelo então PR (atual PL), ele tinha R$ 645 mil. Hoje, possui R$ 1 milhão, com quatro carros, três apartamentos, uma casa, um terreno e demais aplicações financeiras. Dá pra dizer que ganhou o que Lupércio perdeu.
O mais rico, porém, é Celso Muniz, do MDB. Ele declarou R$ 8,1 milhões, sendo R$ 4,9 milhões de quotas de capital de uma empresa imobiliária. Curioso é que seu saldo no Bradesco é de R$ 1. Em 2006, quando disputou sua última eleição (deputado estadual pelo PSB), Muniz tinha R$ 1,2 milhão. Ou seja, multiplicou em quase seis vezes o patrimônio nos últimos 14 anos. Poderia dar consultoria ao prefeito.
O deputado estadual e ex-prefeito do Recife, João Paulo (PCdoB), é outro concorrente que aumentou seu patrimônio. Ele declarou R$ 1,5 milhão, entre três carros, uma casa de Maragogi (Alagoas) avaliada em R$ 65 mil e um apartamento na avenida Boa Viagem, no Recife, de R$ 1,1 milhão. Há quatro anos, quando disputou a Prefeitura do Recife, ele tinha R$ 1 milhão de patrimônio. Mas o salto comparado a 2010, sua primeira eleição após oito anos como prefeito da capital pernambucana, ele tinha R$ 340 mil. Subiu quase quatro vezes em dez anos.

A situação do empresário Armando Sérgio, do Avante, se assemelha a de Lupércio. Não declarou bens em 2020. Sua última disputa eleitoral foi em 2014, para deputado estadual pelo Solidariedade, quando tinha três veículos, totalizando R$ 77,7 mil, patrimônio que não existe mais na declaração.
Tota do V8 e V9 foi outro candidato que não declarou bens, assim como havia feito em 2016, ocasião em que disputou como vice-prefeito pelo PRP, na chapa encabeçada pelo ex-deputado estadual Ricardo Costa.
O candidato do Democracia Cristã, André Azevedo, declarou R$ 741 mil, dos quais R$ 700 mil são de uma casa. Já Guto Santa Cruz, do PDT, declarou R$ 307 mil, dos quais R$ 257 mil correspondem a um apartamento no Recife. Por fim, Marcos Freire Júnior, da Rede, declarou R$ 392 mil, sendo R$ 122 mil de um apartamento em Brasília-DF, R$ 63 mil em espécie e curiosos mil reais de uma linha telefônica da Telpe, adquirida em 1976. André, Guto e Marcos não disputaram outras eleições anteriormente.







