Do UOL — O presidente Jair Bolsonaro rebateu, em entrevista ao Brasil Urgente na tarde desta sexta-feira (15), as críticas feitas mais cedo pelo governador de São Paulo, João Doria (PSDB). Bolsonaro chamou o líder do Executivo paulista de “moleque”, “irresponsável” e “morto politicamente”.
É hora de nos unirmos pelo bem e para o bem. Tem pessoas morrendo em Manaus por asfixia! Em abril, o STF decidiu que o presidente não poderia interferir em estados e municípios sobre ações da covid-19. Ponto final! O que fizemos? Ajudamos com recursos. E muitos! Estamos fazendo todo o possível em Manaus apesar de o Supremo Tribunal Federal ter me proibido. Isso é um discursinho de um governador que aumenta assustadoramente o ICMS de tudo. Não tem moral para falar de ninguém. Esse cara se elegeu com meu nome. Não deu dois meses e começou a me atacar de olho na cadeira presidencial. Ele que cuide da vida dele em São Paulo que eu cuido do Brasil. Se não tem o que fazer, não nos atrapalhe”, disse o presidente.

“Um avião já posou [em Manaus], vamos construir um hospital de campanha em tempo recorde. Já que o Doria quer falar… ele diminuiu o número de leitos de UTI para covid-19 em São Paulo. Em consequência, mesmo com o mesmo número de infectados, os hospitais que sobraram dobraram as internações. Estamos mexendo com vidas humanas! São Paulo é um dos estados que tem mais infectados. Ele tem coragem moral? Pilantra não é homem! Eu não posso interferir nas medidas contra covid-19, estou cometendo um crime por ajudar Manaus! Se esse moleque que governa São Paulo tem coragem moral, critica o STF! Estou desobedecendo o Supremo! Estou interferindo (…). Esse calcinha apertada… seja homem! É duro mexer com quem tem um comportamento como ele. Nada contra a opção, mas é duro trabalhar com quem tem esse tipo de opção. Medíocre. Ele é linchado se sair na rua”, completou Bolsonaro.
Em coletiva de imprensa durante a tarde, Doria criticou as medidas tomadas pelo governo federal no combate ao coronavírus, especialmente no Amazonas, que enfrenta atualmente um caos no sistema de saúde e no sistema funerário. O governador chegou a chamá-lo de “facínora”.
Bolsonaro: “Entre eu e a vacina tem a Anvisa”

O presidente criticou o governador ainda por tentar “impor” a CoronaVac, vacina desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac com o Instituto Butantan.
“Ele está sendo esculachado sobre a vacina que queria impor. A CoronaVac. Nem vou falar nada, só falo depois da Anvisa. Entre eu e a vacina existe a Anvisa. Acontece com qualquer medicamento que chegue ao país. Ninguém bota na farmácia, tem que ter certificação. A Anvisa tem dobrado turnos para em 10 dias dizer se pode liberar as duas vacinas que pediram registro para uso emergencial ou não. É um órgão responsável. Não podemos passar por cima. Falam que é crime não ter comprado vacina como se fosse igual comprar um carro. O Doria acabou de aumentar, com a assembleia comprada dele, o ICMS de todo o estado, inclusive de agulhas! É irresponsável”, afirmou, ressaltando que “não tem nenhuma interferência” no trabalho da agência.
“Agora ele junta com o Rodrigo Maia em campanha e quer dar uma de moralista. Maia é o responsável por atrasar a agenda do Brasil por dois anos! Fez caducar medidas provisórias! A preocupação é só a eleição do dia 1ª [para a presidência da Câmara].”
Durante a entrevista, o presidente ainda defendeu o uso de medicamentos como cloroquina e ivermectina no tratamento precoce da covid-19 e disse que solicitou que o imposto sobre cilindros seja zerado.







