Com informações da Bloomberg e de O Globo
CINGAPURA e LONDRES – A estatal saudita do petróleo Aramco informou a pelo menos quatro clientes que suas entregas de petróleo para outubro serão adiadas, segundo fontes próximas da empresa ouvidas pela agência de notícias Bloomberg.
Os atrasos são o primeiro efeito prático no fornecimento de petróleo global após os ataques com drones contra instalações da Arábia Saudita no último sábado. A Aramco terá que reduzir em 5,7 milhões de barris sua produção de petróleo, na maior interrupção da oferta mundial já registrada na História.
O adiamento nas entregas da Aramco vai variar entre dias e semanas, mas os clientes receberão toda a sua encomenda de petróleo, de acordo com pessoas próximas às negociações. A Aramco não respondeu a um pedido de informações feito pela agência de notícias Bloomberg.
Na manhã desta terça-feira, os preços do petróleo tiveram leve queda, após terem registrado na véspera a maior alta desde a Guerra do Golfo . A cotação do Brent operava em queda de 1,5%, apra US$ 68, enquanto o barril do tipo WTI (referência dos EUA) recuava 0,84%, para US$ 62,37 por barril.
– A pergunta que todos se fazem é: teremos um choque de petróleo ou apenas uma interrupção temporária?. Então os mercados ficam nervosos e entraram num modo “esperar e ver” – afirma Virginie Maisonneuve, chefe de investimentos da Eastspring.

A Arábia Saudita afirma que poderá retomar sua produção em dias, mas especialistas avaliam que a recuperação total das unidades danificadas poderá levar semanas ou até meses. Os ataques em Abqaiq, onde ficam as principais instalações da Aramco, vão afetar sobretudo o refino de petróleo do tipo mais leve. A Aramco já avisou a clientes que talvez precise substituir o fornecimento de óleo leve por petróleo mais bruto.
Ontem, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que a Petrobras prometeu não mexer no preço dos combustíveis no país por causa da disparada, segundo ele “atípica”, do petróleo no mercado internacional.







