Por Ricardo Antunes
Em meio a uma artilharia de deputados e senadores de praticamente todos os partidos que querem anistiar os crimes e limitar o trabalho de investigação do Ministério Público Federal, a força tarefa da Lava Jato prepara sua última operação do ano. A informação foi confirmada pelo blog junto a diversas fontes e deverá ter como alvo políticos e empresários que são alvos de investigação. Os procuradores, no entanto, estão preocupados para que não se passe a impressão de que seria uma “revanche” contra políticos que essa semana jogaram no “lixo” as ” Dez Medidas Contra a Corrupção” que nasceu de um projeto com mais de dois milhões de assinaturas.
A semana terminou tensa por conta não só dos movimentos feito pela Câmara dos Deputados, como também pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB) , para “criminalizar” a operação. Para o procurador da República, Carlos Fernando dos Santos Lima, ficou ‘claro’ com a nova proposta aprovada pela Câmara durante a madrugada da terça ,que a ‘continuidade de qualquer investigação sobre poderosos, parlamentares, políticos cria um risco pessoal para os procuradores”. As operações foram intensificadas durante todo o ano de 2016. Enquanto que em 2015 houve apenas uma nova fase por mês, esse ano, a média subiu para para uma a cada três semanas. ” O trabalho ainda está longe de terminar”, confidenciou um procurador. Em dois anos e meio de Operação Lava Jato, Moro já proferiu 118 condenações. Juntas, somam 1.256 anos, 6 meses e 1 dia de prisão.
Na sua passagem pelo Senado Federal, essa semana, quando foi participar de um debate sobre “foro privilegiado”, o juiz Sergio Moro disse “não ter dúvidas” de que a proposta tem como objeto “criminalizar” as investigações sobre o esquema de corrupção da Petrobrás. Um da antes, a força tarefa deu uma nota ameaçando renunciar o que provocou uma “onda” de apoio nas redes sociais e turbinou as manifestações de apoio contra a corrupção em todo o país nesse domingo. Uma coisa é certa: Dia após dia , o fosso que separa o Congresso Nacional e o que a população pede nas ruas se torna cada vez maior. Nesse clima, instala-se uma “sensação”
de que o Brasil está vivendo uma guerra do “bem contra o mal”. E definitivamente, o “bem” não parece ser o lado escolhido pela maioria dos políticos.







