
Por Ricardo Antunes
Essa foto revela muito. Ele exibe um ar de surpresa mas exala a certeza de poder. Não existe pedra em seu caminho. As pedras estão adormecidas no Supremo onde repousam 11 inquéritos contra Renan. Apenas, há pouco tempo, ele se tornou réu em um deles. Um disfarce da corte para tentar barrar as perguntas sobre o porque de sua impunidade.Hoje, ressacado pela vitória ( e, imagine você o que eles beberam na noite de ontem) Renan ainda teve o cúmulo de proferir essa frase. Ele continua a zombar de nós. E rindo, proclama com orgulho a certeza de sua impunidade. Renan é a cara de nossa classe politica, de nossa elite, de nossa esquerda caviar e de nossa direita intervencionista.
É cara dos coxinhas, dos mortadelas, dos ricos e dos sem tetos. Renan é a cara de Lula, de Temer, de Aécio, de Gilmar Mendes, de Dias Toffolli, de Celso de Melo. O rosto impávido, longe de assustar, revela na verdade um disfarce, para em seguida desabrochar no “jeitinho brasileiro” de se resolver as “crises”. Renan é a cara do povo, a minha cara, a sua também. Renan é a cara de todos nós. E do país condenado eternamente a ser o “país do futuro”. Não verás país nenhum, dizia o poeta. Um rasgo de lucidez no meio de tanta escuridão.
Folha de São Paulo
DÉBORA ÁLVARES
DE BRASÍLIA
Depois de desafiar uma decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) nesta semana, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmou nesta quinta-feira (8), que decisão da Suprema Corte “é para se cumprir”.
“Decisão do STF fala por si só. Não dá pra comentar judicial. Decisão judicial do Supremo Tribunal Federal é para se cumprir”, disse Renan nesta quinta.
A afirmação ocorre dois dias após o senador se recusar a atender uma liminar do ministro do STF Marco Aurélio Mello que, na segunda (5), o afastou do cargo de comando do Senado.
Em comunicado da Mesa Diretora do Senado enviado ao STF na terça (6), Renan destacou uma série de motivos para se manter no cargo até manifestação do plenário. Aliado a isso, apresentou recursos ao Supremo para reverter a liminar de Marco Aurélio.
Após intensas movimentações de aliados, tanto do Senado, quanto do governo, os ministros entenderam que ele poderia permanecer no comando da Casa, contanto que não faça mais parte da linha sucessória da Presidência da República.
O senador voltou a afirmar inocência na acusação de peculato pela qual se tornou réu na última semana. “Uma a uma as acusações ruíram, todas, porque eu sou inocente, estou colaborando e vou colaborar. Já fui quatro vezes depor na Polícia Federal e irei quantas vezes forem necessárias para que tudo se esclareça.”
Nesta quinta, abriu os trabalhos da Casa normalmente e fez cumprir prazos da PEC do teto de gastos, a grande preocupação do Palácio do Planalto com a hipótese de seu afastamento.







